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Equipe de ginástica artística será a primeira do Brasil a entrar na Vila Olímpica de Paris 2024

17/07/2024 15h29

Imagine uma cidade habitada pelos homens e mulheres mais rápidos e ágeis do planeta. Essa é uma boa metáfora para a Vila dos Atletas de Paris 2024, que será aberta oficialmente nesta quinta-feira (18). Após meses de planejamento e várias visitas de representantes do Comitê Olímpico do Brasil (COB), durante os últimos dois anos, finalmente foram concluídos os trabalhos para receber os atletas no prédio do Time Brasil, em Saint-Denis, na região metropolitana ao norte da capital francesa.

Depois ser oficialmente aberta pelo Comitê Organizador dos Jogos Paris 2024, a Vila Olímpica receberá, ao todo, 14.250 residentes durante os Jogos Olímpicos: 10 mil atletas e seus acompanhantes. 

Entre os primeiros brasileiros a se hospedarem nos 47 apartamentos que ficarão à disposição do Brasil está a equipe da ginástica artística. Um total de 313 camas estão a espera da delegação brasileira, que poderão usufruir de diversos serviços fundamentais durante os Jogos.

O COB escolheu um prédio em posição estratégica, no setor D da Vila Olímpica, afastado da agitação da Zona Internacional. O Time Brasil ficará perto do refeitório e da área de transportes, evitando assim grandes deslocamentos dos atletas para se alimentar ou para sair para as competições. Para poupar os atletas de longas caminhadas antes das provas, a empresa Toyota desenvolveu um tipo de van especialmente para os Jogos Paris 2024.  

A área escolhida pelo Brasil também fica perto da saída da Vila para Saint-Ouen-sur-Seine, cidade que será o quartel-general do COB nos Jogos de Paris, e que fica a penas 600m de distância da Vila Olímpica. 

Ex-judoca assinou o projeto das instalações brasileiras

Atualmente, dez colaboradores do COB trabalha para que tudo esteja impecável na chegada dos atletas. Eles são de áreas como infraestrutura esportiva, jogos e operações internacionais, logística e serviços de vila, de acordo com comunicado do COB à imprensa. 

"A primeira vez que visitei a vila (em junho de 2022), o prédio ainda estava na fundação e fizemos todo o projeto arquitetônico. A gente não constrói o prédio. Dizemos que o Comitê Organizador faz o corpo e nós vestimos a roupa", explica Daniela Polzin, gerente de Infraestrutura Esportiva do COB e arquiteta. "Não é simples, é uma montagem completa. Mas conseguimos criar esse ambiente ideal para que o atleta alcance o seu melhor resultado", completa.

Além da academia de 3.000 metros quadrados à disposição de todos os atletas internacionais, o COB criou no próprio edifício do Brasil uma sala de força e condicionamento.

O possível calor do verão francês também foi uma das preocupações. Por isso foi providenciada a instalação de aparelhos de ar condicionado, que foram alugados durante o período das competições. Os esportistas também terão à disposição no prédio outros serviços como atendimento médico, nutricionista, massoterapia, fisioterapia, crioterapia e preparação mental.

"A sala de força e condicionamento ser dentro do prédio é uma super novidade e ajuda muito os atletas", destaca Polzin.  "Além de espaço suficiente para a montagem, a gente precisou garantir que o local tenha capacidade de carga sobre a laje, o que não é simples, porque normalmente os prédios não são concebidos com essa finalidade", explicou ela.

O espaço que será ocupado em Paris pelos brasileiros foi pensado por uma ex-atleta. A judoca Daniela Polzin foi ganhadora de duas medalhas em Jogos Pan-Americanos (ouro em Winnipeg 1999 e prata no Rio 2007). Ela se formou em arquitetura pouco depois de sua participação nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, e celebra a transição de carreira.

"É bem gratificante. É um trabalho profissional que se liga com a minha paixão pelo esporte. Particularmente, por ter vivenciado os Jogos Olímpicos como judoca e ter sentido emoções e frustrações, eu consigo entender o quanto representa fisicamente no corpo do atleta qualquer sacrifício que a gente possa fazer para entregar a melhor estrutura nas nossas instalações", diz Polzin.

Bárbara Domingos é esperança de medalha

Um dos destaques do time brasileiro de ginástica rítmica é Bárbara Domingos, que conquistou a medalha de bronze na fita na etapa de Cluj-Napoca, realizada no domingo (14) na Romênia. Com uma coreografia inspirada na música "Bad Romance", da cantora Lady Gaga, ela alcançou um de seus melhores resultados em competições, ficando atrás apenas da ucraniana Taisiia Onofriichuk e da húngara Fanni Pigniczki. 

"Era muito difícil uma medalha nessa competição, numa disputa que reuniu praticamente todas as melhores ginastas do mundo", avalia a treinadora Márcia Naves. "A confiança está cada vez maior", completa, dando esperanças à torcida brasileira. 

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