Ostentação de esposa ajudou PF a prender suspeito de ser narcotraficante
Ronald Roland, 50, suspeito de integrar uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas, foi localizado e preso pela Polícia Federal na terça-feira (2), no Guarujá (SP). Publicações da esposa dele nas redes sociais ajudaram na investigação, segundo reportagem do Fantástico, da TV Globo.
O que aconteceu
Ronald Roland foi preso pela operação Terra Fértil, da Polícia Federal. Estava em um prédio no Guarujá, litoral sul de São Paulo.
Vida de luxo e ostentação da esposa, Andrezza de Lima Joel, nas redes sociais chamou atenção dos investigadores. Revelação foi feita pelo Fantástico, neste domingo (7).
Andrezza publicava com frequência a localização do casal: França, Colômbia, Dubai e Maldivas. Ronald e Andrezza apareciam em fotografias em jatos particulares e nos principais pontos turísticos.
Compras luxuosas também chamaram atenção dos investigadores. Ricardo Ruiz, delegado da Polícia Federal em Uberlândia, afirmou ao Fantástico que o narcotraficante vivia em uma casa de alto padrão.
Ronald Roland é suspeito de abastecer cartéis de drogas no México.
Também é investigado por comandar um mega esquema de lavagem de dinheiro com empresas de fachada. Entre as empresas citadas pelo delegado está uma loja de biquínis, localizada no Guarujá. O estabelecimento, em nome de sua esposa, movimentou em um único dia R$ 200 mil, em depósitos fracionados, feitos em um caixa eletrônico em Foz do Iguaçu.
Uma pequena loja de biquini no nome da esposa comprou um avião de R$ 3 milhões. "O que nós constatamos foi a ausência de capacidade econômica e financeira também da esposa, que construiu uma loja de biquíni que adquiriu veículos, aeronaves", disse o delegado Ricardo Luiz à reportagem da TV Globo.
O brasileiro é monitorado pela PF desde 2012, quando atuava como piloto de avião. "Ele é uma pessoa altamente cautelosa. Existiram inúmeras operações da PF que investigaram organizações criminosas que atuavam eminentemente no tráfico de entorpecentes por toda América do Sul, Central e México, e o Ronald foi investigado nessas operações por associação com esses grandes narcotraficantes", diz o delegado Ricardo Ruiz.
Em julho de 2019, Ronald já havia sido preso pela PF, após sua esposa da época publicar uma foto no Instagram e marcar o local onde estavam. Ele foi liberado pela Justiça de São Paulo em 2020.
Ao Fantástico, a defesa de Ronald e Andrezza afirmou que não vai se manifestar porque não teve acesso a todo o processo.
Uma pessoa chegando em casa com um veículo de R$ 500 mil. Uma semana depois, com um veículo de R$ 1 milhão. Outra semana, com um veículo de R$ 800 mil. Isso chamou a atenção da vizinhança. Quem é essa pessoa que mudou para cá?
Ricardo Ruiz, delegado da Polícia Federal em Uberlândia
Operação Terra Fértil
A operação Terra Fértil mirou uma quadrilha especializada no tráfico de drogas e suspeita de enviar cocaína para países da América Latina, abastecendo especialmente violentos cartéis mexicanos. O grupo era chefiado por um narcotraficante internacional e alguns integrantes são ligados ao PCC, informou a PF.
Os investigadores apontam que a organização criminosa teria movimentado mais de R$ 5 bilhões em cinco anos. Segundo a PF, os investigados lavavam o lucro do tráfico através de investimentos em criptomoedas e empresas de fachada titularizadas por laranjas, inclusive alguns que até recebiam auxílio emergencial do governo.
Agentes cumpriram nove mandados de prisão preventiva. PF também vasculhou 80 endereços em sete estados: Minas, Paraná, São Paulo, Rio de aneiro, Santa Catarina, Bahia e Goiás. A operação foi autorizada pela 3ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte, que determinou o sequestro de bens e bloqueio de contas de investigados. Durante as buscas, a PF apreendeu dinheiro em espécie, computadores, joias, relógios, carros de luxo e uma aeronave.
A Polícia Federal identificou investigados que criavam empresas de fachada. Por meio delas, compravam imóveis e veículos de luxo para terceiros, movimentando altos valores, incompatíveis com seu capital social.
Segundo os investigadores, os sócios dessas empresas geralmente não possuíam vínculos empregatícios há anos. A PF descobriu que algumas empresas faziam transações com outras do ramo de criptomoedas, o que levantou a suspeita de que os investimentos tenham sido usados para mascarar a origem ilícita dos valores.
*Com Reuters
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.