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Defesa do influenciador Nino Abravanel fala em manipulação de provas

Momento que Nino Abravanel e amigos saem de restaurante - Reprodução/Instagram/Obtida pelo UOL
Momento que Nino Abravanel e amigos saem de restaurante Imagem: Reprodução/Instagram/Obtida pelo UOL
do UOL

do UOL, em São Paulo

07/07/2024 18h41

A defesa do influenciador Nino Abravanel (Deivis Elizeu Costa Silva), suspeito de participar do assassinato do pedreiro Tarcísio Gomes da Silva, 32, na zona sul de São Paulo em maio e que está foragido, alega possível manipulação nas imagens e solicita disponibilização dos arquivos usados como provas em seu formato bruto.

O que aconteceu?

Em petição, o advogado Felipe Cassimiro pediu que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determine: "Imediata disponibilização do conteúdo bruto das imagens, com todas as suas especificações."

Segundo o advogado, a medida tem o objetivo de garantir a validade das provas e assegurar a veracidade das filmagens.

Ademais, neste momento de alto avanço tecnológico, sem que a Defesa faça qualquer ilação acerca do trabalho policial, é necessário trazer, ao menos a título de argumentação, que a facilidade de manipulação de arquivos, vídeos e fotos através de Inteligências Artificiais restariam resguardadas com a entrega dos códigos hash aqui solicitados, escreveu Cassimiro em petição.

Câmeras de segurança e pedido de nulidade de provas

Pedido de nulidade das provas foi encaminhado à Justiça. No ofício, Cassimiro narra que há uma série de erros no processo de investigação e pedido irregular de prisão de Nino e do irmão.

Defesa questiona obtenção das imagens de câmeras de segurança, alegando que não é pontuado nos autos como a polícia requisitou as imagens, se foram cedidas ou não.

Cita uma data incorreta em uma das imagens utilizadas como prova, questionando a validade do uso.

Além disso, o advogado alega falha processual: Depoimento de um dos envolvidos foi colhido sem devido registro. Suspeito não foi informado sobre seu direito ao silêncio.

Segundo Cassimiro: A testemunha que apontou os irmãos como possíveis responsáveis pela morte, que seria o dono de um carro usado no crime, foi "ouvida informalmente".

Esta testemunha teria dito que Deric disparou contra Tarcísio e Nino conduziu a fuga deles do local dos disparos.

Agora eu pergunto: por que essa confissão não foi formalizada? A gente sabe que existem confissões sob pressão. Como a gente vai dar credibilidade a uma confissão informal? Questionou o advogado

Mãe diz não ter contato com filhos

Mãe de Nino e Deric, Maria Lucivanda, conhecida como Lúcia, diz não ter contato com os filhos. "Não sei onde eles estão, não tenho nenhum contato", disse em entrevista ao programa Domingo Espetacular deste domingo (7).

Segundo ela, os irmãos saíram de casa naquele dia para fazer um favor. Ela contou que no dia em que Tarcísio foi morto, a cunhada dela ligou pedindo ajuda para comprar um colar cervical para Valdeci, avô dos meninos. "Eles começaram a ir atrás do cordão cervical e falaram que eles estavam rodando atrás desse indivíduo", falou.

Cassimiro afirma que há provas acerca da ligação. "Tem registros das ligações que batem com os horários e vamos apresentar", disse o advogado. Ele conta que o colar cervical chegou a ser comprado e que vai "indicar todas as pessoas que têm ciência da compra". A defesa comentou, ainda, que "os meninos, com toda essa situação, ficaram mais introvertidos".

Lúcia faz apelo para que os filhos apareçam. "Se for provado que é eles, independente de qualquer situação, eu estou com eles e eles sabem disso. E onde eles estiverem, se puderem parar um pouquinho pra me escutar, vou pedir pra que antes que se crie uma situação complicada, eles sentem pra conversar e procurem o advogado, que vai acompanhar eles da melhor maneira pra resolver isso", disse a mãe.

Relembre o caso

Fotos da vítima e o boletim de ocorrência vazarem na internet. Comentários circularam "vangloriando" a suposta vingança do influenciador e do irmão contra o acusado de matar o avô deles a pauladas.

Nino Abravanel é popular nas redes sociais e ganha dinheiro expondo seu estilo de vida e promovendo jogos de azar em seus perfis.

O Irmão da vítima, que preferiu não ser identificado, disse ao UOL, que Tarcísio "dava trabalho" aos familiares. Usava drogas e já havia cometido crimes como furto e tentativa de homicídio e acumulava desavenças.

Tarcísio respondeu na Justiça por crimes em Pernambuco e em São Paulo e já ficou preso por cerca de dois anos.

A polícia concluiu que Deric e Nino planejaram e mataram Tarcísio. No relatório de investigação, a polícia determinou que a prisão temporária era legal.

"Após análise de todas as informações e imagens, conclui-se que o crime se deu por vingança a uma agressão sofrida pelo Sr. Valdeci, avô do autor Deric e seu irmão Deivis, na companhia de outras três pessoas que já se organizavam para a prática delituosa contra Tarcísio, tendo em vista toda preparação (trajes, veículos, local de fuga, etc)," diz o relatório.

A defesa quer que o acusado seja ouvido em videoconferência.

*Com informações de matéria publicada em 02/07/2024.

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