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Taxa de participação é grande incógnita de eleições legislativas na França, onde voto não é obrigatório

06/07/2024 14h18

Os franceses vão às urnas neste domingo (7) para o segundo turno das eleições legislativas com a possibilidade de a extrema direita entrar para o governo pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. Diante de um país dividido, uma das principais incógnitas, que pode pesar no resultado final, é a taxa de participação. O voto não é obrigatório na França e o pleito acontece no primeiro fim de semana das férias de verão no hemisfério norte, o que pode ter um impacto nas urnas.

Quase 50 milhões de franceses foram convocados às urnas para eleger os 577 deputados que compõem a Assembleia Nacional. As seções eleitorais deste segundo turno abrem no domingo às 8h locais (3h de Brasília), após os eleitores que vivem nos territórios ultramarinos franceses terem votado desde a manhã de sábado (6).

A taxa de participação será um dos pontos cruciais do pleito, que acontece em pleno período de férias escolares e de férias de verão no hemisfério norte, quando muitos já haviam programado viagens e não estarão em seus domicílios eleitorais.

Ao contrário do Brasil, onde o eleitor que está fora do seu domicílio eleitoral no dia do pleito pode recorrer ao voto em trânsito, na França quem está longe de casa na hora da eleição tem como opção redigir uma procuração para que outra pessoa vote em seu lugar. O documento é feito com antecedência e registrado em delegacias, prefeituras ou consulados.

Diante da surpresa da dissolução da Assembleia Nacional após o resultado das eleições europeias, que deram vitória para a extrema direita na França, e a decisão do presidente Emmanuel Macron de organizar eleições legislativas antecipadas em menos de um mês, muitos eleitores que estão longe de casa devem recorrer à essa alternativa. Segundo número oficiais do Ministério do Interior, mais de 3 milhões de procurações foram registradas, o que representa 600 mil a mais que no primeiro turno.

No domingo passado, mais de 66% dos eleitores votaram. Segundo pesquisas divulgadas esta semana pelo instituto Ipsos, 68% dos eleitores devem participar do pleito nesse segundo turno. Se a previsão se confirmar, essa seria a eleição legislativa mais seguida na França em mais de trinta anos.

Extrema direita contra frente republicana

O partido Reunião Nacional (RN), sucessor do Frente Nacional, de Jean-Marie Le Pen, e conhecido por seus comentários racistas e antissemitas, venceu o primeiro turno, junto com seus aliados, com 31,37% dos votos. A legenda espera agora alcançar uma maioria absoluta. Seu programa se baseia em três frentes: controle da imigração, segurança e poder de compra.

O RN disputa esse segundo turno com a "frente republicana" formada pela coalizão de esquerda Nova Frente Popular e a aliança de centro-direita Juntos, aliada ao presidente Emmanuel Macron.

(Com agências)

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