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Sobrevivente de acidente em Itapetininga perdeu primos e amigos: 'Tragédia'

do UOL

Do UOL, em São Paulo*

05/07/2024 17h41Atualizada em 05/07/2024 19h21

A faxineira Edna Assis, 54, foi uma das sobreviventes do acidente que deixou dez mortos na Rodovia Francisco da Silva Pontes, em Itapetininga, na madrugada desta sexta-feira (5). O ônibus seguia para o Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo, quando atingiu um pilar de sustentação.

O que aconteceu

Edna, que está em observação no Hospital Doutor Léo Orsi Bernardes, perdeu um casal de primos e amigos no acidente. "Tantos anos que vamos para Aparecida e, desta vez, aconteceu essa tragédia. A vida da gente pertence só a Deus", disse ao UOL.

Segundo ela, uma mulher que fazia a viagem pela primeira vez está entre os mortos. "Eu não a conhecia, é a primeira vez que ela foi. Com os outros, íamos juntos todos os anos", acrescentou.

A faxineira foi socorrida com ferimentos leves ao lado dos quatro filhos, duas noras e cinco netos. Um dos filhos teve que passar por uma cirurgia no nariz, enquanto um dos netos quebrou o braço.

Apesar do acidente, Edna diz que ela e os familiares foram salvos por Nossa Senhora Aparecida. "A turma da frente ficou toda na ferragem, e eu, com minha família, estava para trás, pegamos os últimos bancos. Por isso que tivemos apenas ferimentos leves, graças a Deus. Só Deus e Nossa Senhora Aparecida naquela hora".

Vítima organizava viagem há 40 anos

Moacir Ferreira de Moraes, um dos mortos no acidente, organizava a excursão há 40 anos. O relato é da dona de casa Iracema Santos Moraes, 46.

Iracema perdeu o irmão, dois sobrinhos e outros parentes. "Ele [Moacir] era uma liderança aqui no bairro e organizava as excursões há pelo menos 40 anos. Pelas informações que chegaram aqui, além dele, morreram dois filhos dele, meus sobrinhos, duas noras, um neto dele e a esposa desse neto. Uma tragédia. Perdemos parte grande da família", disse ao Estadão.

As vítimas do acidente são do bairro Palmeirinha, que fica nos limites das cidades de Itapeva e Ribeirão Branco. Segundo Iracema, a Prefeitura de Ribeirão Branco ofereceu o Ginásio de Esportes para o velório coletivo, mas seu irmão já havia falado aos familiares que, ao morrer, queria ser velado na igreja do bairro, que tem como padroeira Nossa Senhora da Conceição.

"Tristeza e consternação", diz empresa responsável por ônibus. Em publicação nas redes sociais, a Ônix afirmou que presta suporte às famílias e autoridades. "Estamos colaborando plenamente com as investigações para entender as causas deste terrível acidente", diz trecho do posicionamento.

Ônibus estava em situação regular, informou o governo. Os motivos do acidente ainda precisam ser esclarecidos, diz a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).

Motorista alegou travamento da direção. "Extraoficialmente o motorista informou que houve um travamento da direção, que ocasionou a perda do controle do veículo e, por consequência, o sinistro", informou o tenente da Polícia Militar Rodoviária Jesse Rojas, em entrevista à TV Globo.

Governador e cidades lamentam

"Notícia triste", diz governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). "Com muito pesar, rogo a Deus que conforte o coração dessas famílias", publicou nas redes sociais.

A Prefeitura de Itapetininga, onde o acidente ocorreu, publicou nota de pesar. "Nosso HLOB, assim como outros hospitais da região, está prestando toda assistência aos feridos", afirma trecho do posicionamento.

Já a Prefeitura de Itapeva disse ''lamentar profundamente pela fatalidade''. ''Nossos sentimentos aos familiares das vítimas que faleceram nesta tragédia'', escreveu em nota de pesar.

A Prefeitura de Ribeirão Branco decretou luto oficial de três dias pelas mortes dos romeiros. "A prefeitura está em contato com as famílias para auxiliar no que for necessário", afirmou o órgão.

*com informações do Estadão Conteúdo

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