"Racistas, antissemitas, complotistas", destaca imprensa francesa sobre candidatos da extrema direita
A França se prepara para voltar às urnas no segundo turno das eleições legislativas no país, no domingo (7). O jornal Le Monde aborda a banalização do voto no partido de extrema direita Reunião Nacional (RN) e aponta dezenas de candidatos da legenda acusados de "racismo, antissemitismo ou complotismo" - mas que, segundo o pretendente ao cargo de primeiro-ministro Jordan Badella, "representam o povo da França".
O diário relembra que "a organização do partido e a escolha de seus integrantes ilustram a permanência de correntes radicais desde a criação da Frente Nacional (FN), em 1972, que se tornou Reunião Nacional em 2018".
O jornal Libération também explora este aspecto, a dois dias de o histórico partido de extrema direita conseguir eleger um número recorde de deputados para a Assembleia francesa, conforme antecipam as pesquisas de intenções de voto. "Racistas, antissemitas, complotistas e futuros deputados pelo RN", diz a manchete, que traz a foto do presidente da sigla, Jordan Bardella, e outros membros do partido.
A reportagem destaca, ainda, o perfil pró-russo e negacionista climático de parte dos políticos da legenda. Mas o jovem líder do partido alega que são apenas "algumas ovelhas negras" entre todo o rebanho.
O diário cristão La Croix aborda"os dilemas do segundo turno" na França: o Reunião Nacional poderá "tomar as rédeas do país, no caso de uma coabitação" de poder, com Bardella à frente do governo e em oposição ao presidente Emmanuel Macron, "algo inimaginável havia alguns anos". A reportagem explica que, no próximo domingo (7), haverá 408 duelos entre dois candidatos, 91 disputas entre três nomes (triangulares), uma quadrangular - com quatro candidatos concorrendo.
O jornal Le Figaro destaca as chances de uma ampla "frente republicana" conseguir bloquear o caminho de Jordan Bardella. A aproximação entre a Nova Frente Popular, de esquerda, e o campo político do presidente Emmanuel Macron levou a mais de 200 desistências de candidaturas no segundo turno, para aumentar as chances de vitória de qualquer candidato contra a extrema direita. A mobilização ameaça o sonho de uma maioria na Assembleia Nacional favorável ao RN.
Como lembra o diário, "a três semanas da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a situação nunca foi tão incerta".
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