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Ciclone Beryl segue para o Texas após atingir região turística do México

05.jul.24 - Posto de gasolina que foi atingido pelo furacão Beryl, que agora foi rebaixado para tempestade tropical, em Puerto Aventuras, México - Jose Luis Gonzalez/REUTERS
05.jul.24 - Posto de gasolina que foi atingido pelo furacão Beryl, que agora foi rebaixado para tempestade tropical, em Puerto Aventuras, México Imagem: Jose Luis Gonzalez/REUTERS

05/07/2024 06h16Atualizada em 07/07/2024 09h13

O ciclone Beryl, que se transformou em tempestade tropical na sexta-feira (5), entrou no Golfo do México em direção ao Texas, após atingir como furacão a região turística da Riviera Maia, no sul do México, onde deixou apenas danos materiais, informaram as autoridades.

Beryl está localizado a 995 km de Corpus Christi, no estado americano do Texas, onde deverá chegar no domingo (7). Também registra ventos máximos sustentados de 95 km/h, segundo o relatório mais recente do Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.

O ciclone tocou o solo mexicano na madrugada de sexta-feira como furacão de categoria 2, com ventos sustentados de 175 km/h, resultando na queda de árvores, postes e danos a telhados de edifícios, além de cortes de energia em pelo menos três municípios do estado de Quintana Roo (sudeste), segundo a Defesa Civil.

"Aparentemente não há perda de vidas, que é o que mais importa para nós, que ninguém seja afetado", declarou o presidente Andrés Manuel López Obrador, em sua habitual conferência matinal.

Horas depois, as autoridades confirmaram que não há feridos nem mortos, assim como não houve danos em estradas e nem no sistema de abastecimento de água.

O fornecimento de energia elétrica estava restabelecido em 70% e sua plena recuperação deve ocorrer até domingo, informou a chefe nacional da Defesa Civil, Laura Velázquez.

Os aeroportos de Cancún, Tulum e Cozumel, por onde milhões de turistas chegam anualmente para aproveitar as praias dessa região caribenha, não tiveram sua infraestrutura afetada, detalhou Velázquez.

A governadora de Quintana Roo, Mara Lezama, confirmou que a operação do terminal aéreo de Cancún foi normalizada a partir das 14h de Brasília, bem como o restante das atividades no estado.

Antes disso, 348 voos programados entre quinta-feira e sábado foram cancelados preventivamente nesse aeroporto, o maior do Caribe mexicano.

Lezama comentou que, segundo especialistas do Serviço Meteorológico Nacional (SMN), a razão do impacto limitado do ciclone Beryl é que seu núcleo chegou à costa "desintegrado", o que reduziu a agressividade dos ventos.

Voltando à normalidade

No centro de Tulum, muito perto da zona de impacto, o Exército mexicano instalou uma cozinha comunitária para as pessoas que não podiam retornar às suas casas devido a inundações e bloqueios de vias, observou a AFP.

Álvaro Rueda, um trabalhador da construção de 51 anos, comentou que, apesar da força do vento, sua casa, feita de materiais precários, não sofreu danos e que a atividade em seu bairro começava a normalizar.

"A maioria das lojas já está aberta", acrescentou.

Bombeiros e funcionários da Defesa Civil trabalhavam na desobstrução de ruas e avenidas que foram bloqueadas por árvores caídas ou cortando aquelas com risco de queda.

Cerca de 2.200 pessoas se instalaram em 58 abrigos temporários preparados para a chegada do Beryl, detalhou Velázquez.

Mais de 25.600 agentes de segurança e funcionários da empresa elétrica estatal CFE atuavam na região do desastre para ajudar a população e realizar reparos, acrescentou a funcionária.

Rumo aos Estados Unidos

O ciclone não deve atingir novamente o território mexicano, pois sua trajetória se desviou para nordeste. O prognóstico indica que ele deve tocar o solo novamente como furacão no litoral de Texas, nos Estados Unidos.

Beryl é o primeiro furacão da temporada no Atlântico, que vai de junho a novembro, e impressionou os especialistas pela intensidade que alcançou.

Em sua passagem pelo Caribe, deixou pelo menos sete mortos: três em Granada, onde o fenômeno tocou terra na segunda-feira; um em São Vicente e Granadinas e três na Venezuela, segundo autoridades locais.

Os serviços meteorológicos dos Estados Unidos o classificaram como furacão de categoria 5 em parte de sua trajetória, o que o torna o mais precoce com essa potência nos registros.

Os cientistas acreditam que a mudança climática, que aumenta a temperatura da água, favorece essas tempestades e aumenta as chances de uma rápida intensificação.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) alertou em maio que a temporada de furacões se desenha como extraordinária, com a possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou mais.

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