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Após falas de Lula, Haddad diz que dólar 'vai acomodar' e BC tem autonomia

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula durante assinatura de atos do programa Mover - Gabriela Biló/Folhapress
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula durante assinatura de atos do programa Mover Imagem: Gabriela Biló/Folhapress
do UOL

Do UOL, em Brasília

03/07/2024 13h41Atualizada em 03/07/2024 13h55

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (3) que o câmbio "vai acomodar" e que o Banco Central tem autonomia "para atuar" como entender.

O que aconteceu

O dólar tem batido recorde neste ano. O movimento dos últimos dias foi impulsionado pelo avanço nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA no mercado internacional e por falas do presidente Lula (PT) contra o Banco Central, no mercado nacional.

Questionado se o BC poderia ajudar no controle da moeda, o ministro desviou. "A diretoria tem autonomia para atuar como entender conveniente, não existe outra orientação. Tem autonomia para atuar", disse Haddad após evento no Palácio do Planalto.

O ministro afirmou ainda que o câmbio vai estabilizar, mas sem dar detalhes. "A minha análise é que o câmbio vai acomodar, [por causa de] tudo o que nós estamos fazendo e entregando e os compromissos do presidente", disse o ministro à imprensa.

As altas se dão em meio a uma "guerra" de Lula contra o presidente do BC. Lula tem feito críticas intensas contra Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com mandato até dezembro, e à autonomia do banco.

Embora sutil, a fala de Haddad procura acalmar o mercado. Como o UOL tem mostrado, apesar de as falas de Lula não serem o único motivo para a alta, elas têm contribuído para a escalada — o que já preocupa o governo.

Reuniões para falar de gastos e câmbio

Haddad foi nesta manhã ao Palácio do Alvorada tratar sobre alta de câmbio com Lula. A conversa durou pouco mais de uma hora e serviu como uma preparação prévia para a reunião da JEO (Junta de Execução Orçamentária) que vai aconter no final da tarde.

A alta do dólar se juntou ao corte de gastos como principais assuntos da equipe econômica do governo. No fim de semana, Haddad e Lula já haviam se encontrado fora da agenda, em São Paulo, segundo a colunista Mônica Bergamo.

O governo tem sofrido pressão por corte de gastos e a equipe deverá apresentar alternativas ao presidente. Questionado, Haddad não quis adiantar possibilidades e disse apenas que apresentaria à imprensa só depois de apresentar a Lula.

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