França pode evitar maioria da extrema-direita em eleição, diz primeiro-ministro
Por Dominique Vidalon
PARIS (Reuters) - O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, um aliado próximo do presidente Emmanuel Macron, disse acreditar que uma tentativa interpartidária de privar o partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, da maioria no segundo turno parlamentar no próximo domingo pode ser bem-sucedida.
Attal estava falando depois que mais de 200 candidatos de todo o espectro político concordaram em desistir das disputas locais para abrir caminho para quem estivesse em melhor posição para derrotar o candidato do RN em seu distrito eleitoral.
"O que essas desistências mostram é que podemos evitar uma maioria absoluta para a extrema-direita", disse Attal à rádio France Inter sobre a contagem de 289 assentos que o RN precisaria para controlar a Assembleia Nacional da França, com 577 assentos.
O Ministério do Interior deve divulgar a lista de candidatos para a votação do segundo turno mais tarde, mas a mídia local estimou que até 218 candidatos haviam desistido, reduzindo o número de distritos nos quais o voto anti-RN corria o risco de ser dividido.
Antes das desistências, os pesquisadores haviam calculado que o primeiro turno colocaria o RN no caminho para algo entre 250 e 300 assentos.
Resta saber se os eleitores concordarão com o esforço para bloquear o partido anti-imigração e eurocético. Os eleitores centristas podem se recusar a apoiar um rival de extrema-esquerda contra o RN, ao passo que muitos partidários de esquerda estão tão desiludidos com Macron que não suportarão apoiar alguém da aliança dele.
Le Pen disse na quarta-feira que poderia entrar em contato com outros partidos se o RN não obtiver a maioria absoluta. Seu escolhido para o cargo de primeiro-ministro, Jordan Bardella, insistiu que se recusaria a formar um governo sem um mandato suficientemente forte.
Os mercados financeiros ficaram tranquilos com a tentativa de criar uma chamada "frente republicana" contra o partido de Le Pen.
"A estratégia limitaria significativamente as chances de Le Pen obter uma maioria absoluta", disse o economista-chefe da Jefferies para a Europa, Mohit Kumar, em uma nota.
O RN saiu bem à frente no primeiro turno da votação de domingo, depois que a aposta de Macron em uma eleição antecipada saiu pela culatra, deixando seu campo de centro em um modesto terceiro lugar, atrás do RN e de uma aliança de esquerda formada às pressas.
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