Espanha fechará o cerco em aluguéis de férias para combater crise de habitação
MADRI (Reuters) - O governo da Espanha anunciou nesta quarta-feira medidas contra aluguéis de curto prazo ou sazonais para férias em meio a uma irritação cada vez maior de moradores locais com os preços no mercado imobiliário.
O governo investigará propriedades listadas em plataformas como Airbnb e Booking.com para verificar se elas têm licenças, segundo o ministro dos Direitos do Consumidor da Espanha, Pablo Bustinduy.
“Se uma casa não tem licença para turismo, anunciá-la em plataformas de internet deveria ser ilegal e, portanto, punido”, disse Bustinduy em uma entrevista à emissora estatal TVE.
A Espanha está lutando para equilibrar a promoção do turismo, um dos principais impulsionadores da sua economia, e ao mesmo tempo atender às preocupações dos cidadãos sobre aluguéis altos e inacessíveis por causa da gentrificação, enquanto anfitriões mudam para aluguéis turísticos mais lucrativos.
Os aluguéis cresceram em uma média de 13% em junho em relação a um ano antes, e 18% em cidades turísticas, como Barcelona e Madri, segundo o site de propriedades Idealista.
O prefeito de Barcelona, Jaume Collboni, anunciou um plano para eliminar gradualmente todas as locações de curto prazo na cidade até 2028.
A Apartur, associação de proprietários de apartamentos para turismo, disse que a medida equivale a uma expropriação, e o Tribunal Constitucional da Espanha está deliberando se a medida é legal.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou nesta semana que seu governo criará um registro de propriedades para aluguel de férias, em uma tentativa de limitar o número de listagens.
Airbnb e Booking.com não responderam de imediato aos pedidos de comentários.
(Reportagem de Inti Landauro e Corina Pons; reportagem adicional de Joan Faus)
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