Plano Real Permitiu crescimento da produtividade do Brasil, diz Renato Gomes, do BC
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Gomes, disse nesta segunda-feira, 1º, que o Plano Real permitiu uma rara janela de crescimento constante da produtividade no Brasil. Ele participa de live do BC sobre os 30 anos da moeda.
"Foi depois do Plano Real, e até o final da primeira década dos anos 2000, que o Brasil teve um raro momento em que a produtividade estava crescendo constantemente", disse. "Isso é uma consequência imediata do Plano Real."
Segundo Gomes, o real permitiu que o mercado de crédito florescesse ao debelar a hiperinflação. Permitiu, também, que as empresas pudessem se planejar no longo prazo e investir, por exemplo, em tecnologia.
Antes do real, lembrou o diretor, o sistema financeiro era extremamente concentrado e os bancos lucravam essencialmente com a correção monetária. Com o mercado de crédito fechado, a produtividade do Brasil praticamente não cresceu de 1980 a 1994, ele disse.
"O business de crédito, que é o negócio precípuo de um banco, era secundário naquela época, essencialmente porque a inflação não permitia que crédito de longo prazo fosse provido e a correção monetária gerava rendas que sustentavam as instituições financeiras", afirmou.
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