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Aprendeu a vender com a mãe; hoje tem marca de semijoias e fatura R$ 83 mi

Henrique Lima, CEO do Grupo Roma, lançou uma marca própria de semijoias em 2023 - Divulgação
Henrique Lima, CEO do Grupo Roma, lançou uma marca própria de semijoias em 2023 Imagem: Divulgação
do UOL

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/06/2024 04h00

Desde os 7 anos, Henrique Lima, 50, acompanhava a mãe "sacoleira" na casa de clientes, em Fortaleza (CE), para ela vender semijoias e bijuterias finas. Aos 11, ele começou a ajudá-la na entrega das encomendas. Com 17 anos, Lima virou representante de fábricas de joias folheadas a ouro. Em 1993, ele abriu a primeira loja multimarca e, em poucos meses, criou o Grupo Roma. No ano passado, lançou a marca própria: Roma Joias. Em 2023, o faturamento do Grupo Roma foi de R$ 83 milhões.

Veja a trajetória dele

Lima vem de uma família de classe média baixa. A mãe, Maria Herbene, atuava como sacoleira vendendo semijoias e bijuterias finas, e o pai, Inácio, era leiteiro (comprava leite em uma fazenda e revendia de porta em porta). O casal teve 6 filhos; Lima é o caçula. "Minha mãe vendia de casa em casa e para funcionários de empresas. E para não deixar todos os filhos em casa, levava alguns com ela. Eu, por ser o caçula, sempre ia", diz Lima.

Essa experiência de presenciar a rotina dos meus pais me fez ter noção de como era a batalha diária deles. Eles saíam todos os dias para vender, mas nem sempre as vendas iam bem.
Henrique Lima, CEO do Grupo Roma

Aos 11 anos, Lima começou a ajudar a mãe em casa. "Eu fazia a entrega de encomendas para alguns clientes que iam até a minha casa buscar as semijoias. Era um ambiente seguro para isso", declara.

Ele virou representante comercial de uma fábrica de semijoias aos 17 anos, em 1991. A fábrica Irmãos Gullo (de joias folheadas a ouro) ficava em Limeira (SP). Lima passou a ser representante no Ceará e na região Norte. Um ano depois, pegou outra representação: da fábrica Franca Joias, de Franca (SP).

Ampliou sua área de atuação para o Nordeste e Sudeste. "Vendia em todas as capitais e para joalherias, e isso me trouxe uma bagagem muito grande", afirma.

Abriu lojas multimarcas de joias

Lima abriu em Fortaleza, em 1993, uma loja multimarcas de semijoias: a Roma Joias. Mas não deixou de ser representante comercial das duas fábricas. Investiu R$ 150 mil no negócio. Em poucos meses, abriu outras lojas e criou o Grupo Roma, que vende semijoias.

Em 1998, Lima transformou as suas lojas multimarcas em uma loja de marca única. Deixou de ser representante das outras marcas. Ele era proprietário da loja e montou equipes de venda com revendedoras. "E isso foi providencial, porque em 1997 eu tive um problema de hérnia de disco e não conseguia mais viajar", afirma.

Até pela história da minha mãe, eu sempre quis levar dignidade para as revendedoras. Para isso, fiz treinamentos com elas, ensinando tudo, a vender, a cobrar, a fazer cálculos, para que elas se profissionalizassem.
Henrique Lima, CEO do Grupo Roma

No início, eram cem revendedoras. Em dois anos, tinha 500. "Hoje, o Grupo Roma tem cerca de 7.500 revendedoras, que são nossas clientes", diz ele. Do total, 90% das pessoas são mulheres.

A empresa tem 40 lojas próprias em quatro estados: Ceará, Goiás, Pernambuco e São Paulo. Nos demais estados, a empresa está em expansão.

Lança marca própria

No final de 2023, o Grupo Roma lançou uma marca própria: a Roma Joias. Desde então, as 40 lojas do Grupo estão em processo de passar a vender as semijoias da marca própria.

Para a fabricação das semijoias da marca, o Grupo Roma construiu uma fábrica em Limeira. Tem capacidade de produzir 1 tonelada de mercadoria por mês. Investiu R$ 15 milhões no negócio.

A marca tem semijoias folheadas com uma camada maior de ouro: de 15 milésimos. Segundo Lima, a média do mercado é de 5 milésimos. "Compramos maquinário importado e temos tecnologia para fabricar peças com qualidade maior e preço acessível", diz ele. O termo "milésimo" significa a quantidade de metal (no caso, ouro) que foi usado no processo de banho da peça.

A Roma Joias tem 1.100 modelos no portfólio. São colares, brincos, anéis, pingentes, pulseiras e tornozeleiras, entre outros. Os mais vendidos são os brincos, que representam 60% das vendas. Custam, em média, R$ 150. Em junho, a marca lançou uma linha de semijoias em prata.

Em 2023, o Grupo Roma faturou R$ 83 milhões. O lucro não foi revelado. A meta para este ano é chegar a R$ 100 milhões de faturamento.

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