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Forte taxa de participação marca início da votação nas legislativas antecipadas na França

30/06/2024 08h30

Os eleitores da França metropolitana começaram a votar às 8h pelo horário local, 3h de Brasília, no primeiro turno das eleições legislativas, cujos resultados serão decisivos para o futuro da França e da Europa. Uma eventual vitória ampla da extrema direita, seguida pela formação de um governo liderado por nacionalistas xenófobos, marcaria um retrocesso inédito desde a Segunda Guerra Mundial.

Ao meio-dia, a taxa de participação dos eleitores era de 25,90%, em forte alta em comparação com 18,43% nas eleições de 2022 no mesmo horário, segundo o Ministério do Interior. Em Paris, a taxa de franceses que votaram no período da manhã dobrou, atingindo 25,48%, contre 12,26% há dois anos. 

A aposta arriscada do presidente Emmanuel Macron de dissolver a Assembleia Nacional, logo após da vitória da extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu, em 9 de junho, ainda é incompreensível para milhares de franceses. O país parece tomado por um nervosismo entre os que têm a esperança de levar a extrema direita ao poder e aqueles que temem esse retrocesso e suas consequências. 

Os principais temas da campanha foram imigração, direito de estrangeiros, medidas para a melhoria do poder aquisitivo, dívida pública e a eventual revogação da reforma da Previdência que aumentou a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos. 

Diante de uma votação marcada às pressas, no primeiro fim de semana das férias de verão, mais de 2,6 milhões de eleitores que tinham projetos de viagem registraram procurações para outras pessoas votarem por eles, um número quatro vezes maior do que há dois anos, segundo o Ministério do Interior.

Macron vota no norte do país

As primeiras personalidades políticas a votar foram a líder do partido ecologista, Marine Tondelier, o ex-primeiro-ministro de centro-direita Edouard Philippe, presidente do partido Horizonte, Manuel Bompard, líder da bancada do partido de esquerda França Insubmissa na Assembleia Nacional, o líder nacionalista em ascensão Jordan Bardella, o primeiro-ministro Gabriel Attal, o ex-presidente François Hollande, que concorre a uma vaga de deputado, e a líder de extrema direita Marine Le Pen, duas vezes derrotada por Macron nas últimas eleições presidenciais.

O presidente da República e a primeira-dama Brigitte Macron votaram logo depois do meio-dia na cidade de Le Touquet, na região norte do país. Sorridente, a primeira-dama, que tem sido vaiada em eventos desde que o chefe de Estado dissolveu a Assembleia, cumprimentou várias pessoas que aguardavam para votar na mesma seção eleitoral. Depois de depositar seu voto na urna, Macron também parou alguns minutos para conversar com os eleitores que faziam fila. 

Estimativas de resultados 

Serão eleitos no primeiro turno os candidatos que conquistarem mais de 50% dos votos. O segundo turno será no próximo domingo, 7 de julho.

As primeiras estimativas de resultados serão divulgadas às 20h pelo horário local, 15h em Brasília. 

Caso o partido de extrema direita Reunião Nacional (RN) e aliados confirmem nas urnas a vantagem contra a aliança de esquerda, em segundo lugar nas pesquisas, e o bloco de centro-direita, em terceiro, será a primeira vez em 80 anos que um partido antirrepublicano dirigirá a França. Entretanto, o líder nacionalista Jordan Bardella, de 28 anos, disse que só aceitará o cargo de primeiro-ministro se o seu partido alcançar a maioria absoluta de 289 deputados eleitos na Assembleia Nacional.

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