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'Gata do crime' é perseguida por ser 'jovem, bonita e rica', afirma defesa

Paolla Bastos, a "gata do crime", é considerada foragida da polícia de Goiás - Reprodução
Paolla Bastos, a "gata do crime", é considerada foragida da polícia de Goiás Imagem: Reprodução
do UOL

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/06/2024 15h53Atualizada em 29/06/2024 18h43

Conhecida como "gata do crime", Paolla Bastos, 25, é considerada foragida da Polícia Civil de Goiás desde que passou a ser investigada pelos crimes de tráfico, associação criminosa, duplo homicídio e tentativa de homicídio. Ao UOL, a defesa da jovem alegou que ela é "perseguida" pelas autoridades e virou notícia na imprensa por ser "bonita e bem-sucedida".

O que aconteceu

Paolla e o companheiro dela, Valter Esteves de Bessa Júnior, são apontados pela Polícia Civil de Goiás como chefes do tráfico em alguns bairros de Goiânia. Os dois também são suspeitos de envolvimento na morte de um jovem de 22 anos, identificado como João Vitor Menezes, e a filha dele, uma criança de 2 anos, mortos em fevereiro deste ano.

Os dois estão foragidos e, supostamente, escondidos em uma comunidade do Rio de Janeiro, onde recebem proteção de uma facção criminosa da qual fazem parte. Ao UOL, o advogado de Paolla, Welder Miranda, negou que a jovem esteja escondida no Rio, que tenha ligação com o tráfico, ou seja a responsável por matar ou encomendar os assassinatos de pai e filha, porque ela sequer "conhecia as vítimas e nunca teve nenhuma desavença com as mesmas".

"Trata-se de uma perseguição da polícia, porque ela não matou ou deu ordem para matar, ela nunca esteve em Barra dos Garças, no MT, a defesa está convicta que ela será absolvida de todas as acusações levianas", disse.

Defesa alega que Paolla é perseguida por sua aparência física e a condição financeira. "Durante a instrução processual será demonstrada a sua inocência, pois ela está sendo vítima de perseguição por ser jovem, bonita, empresária e bem sucedida financeiramente", afirmou Welder Miranda.

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Paolla começou a ser investigada após a morte de João Vitor, no Mato Grosso, em fevereiro deste ano. João foi morto em uma emboscada após deixar a facção criminosa da qual Paolla supostamente faz parte. Na ocasião, ele e a filha morreram baleados. A mulher dele e mãe da criança foi atingida, mas sobreviveu.

Valter, marido de Paolla, é apontado pela polícia como um dos principais traficantes de Goiás. Ele também estaria escondido em uma comunidade do Rio e, desde o ano passado, utilizava sua esposa e a mãe dela, Luzia Bastos de Paula, 64, para gerenciar os negócios criminosos, conforme o delegado responsável pelo caso, Rhaniel Almeida.

Diante da descoberta do vínculo entre a Paolla e o Valter a gente aprofundou a investigação e verificou que ele utilizava a companheira e a sogra para movimentar grandes quantidades de dinheiro oriundos do tráfico de drogas.
Delegado Rhaniel Almeida

A "gata do crime" movimentou mais de R$ 3 milhões em apenas três meses, segundo a polícia. "As contas bancárias da Paolla movimentaram mais de R$ 3 milhões, isso só fim de 2023, quando ela conheceu o Valter", destacou o delegado, que ressaltou o fato de esse valor ser superior.

Mãe de Paolla, que trabalhava como faxineira, supostamente integra a organização criminosa. A mulher teria registrado uma caminhonete de luxo, avaliada em R$ 250 mil, que pertenceria ao tráfico, além de ser a responsável por gerenciar valores de aluguéis em Goiânia pertencentes ao grupo criminoso. A caminhonete foi apreendida pela polícia durante operação nesta semana, que bloqueou R$ 1,5 milhão em bens do casal.

Defesa afirma que Paolla está à disposição da polícia "para elucidar os fatos, pois não tem qualquer participação direta ou indireta" nos crimes pelos quais é investigada. A defesa, entretanto, não informou por que a jovem está foragida da Justiça, nem esclareceu se ela pretende se entregar às autoridades.

Luzia, mãe de Paolla, já compareceu à delegacia para prestar esclarecimentos e alega inocência, conforme seu advogado, Welder Miranda. O UOL não conseguiu localizar a defesa de Valter Esteves. O espaço segue aberto para manifestação.

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