Paulo Teixeira confirma Plano Safra em 3/7 e fala em 'forte subsídio'

O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, confirmou nesta sexta-feira (28) que o lançamento do Plano Safra será realizado em 3 de julho. Na parte da manhã, será anunciado o recurso para a agricultura familiar, enquanto o período da tarde será dedicado à agricultura empresarial.

Embora não tenha verbalizado o valor a ser destinado, Teixeira disse a jornalistas que confirma o montante anunciado na quinta (27) pelo ministro Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, de quase R$ 75 bilhões. O volume representa alta de 4,7% em comparação ao disponibilizado na safra 2023/24, que foi de R$ 71,6 bilhões.

O ministro não confirmou quais serão as taxas de juros serão aplicadas, mas disse que "haverá um subsídio forte em algumas linhas específicas e isso é dinheiro do Tesouro". "Nós estamos trabalhando dentro do orçamento, mas estamos fazendo todos os esforços, inclusive, trouxemos recursos extraorçamentários para apoiar o Plano Safra", afirmou durante o Global Agribusiness Forum, realizado em São Paulo.

A safra 2024/25 começa em julho e há uma preocupação dos produtores rurais com o risco de demora para acessar de fato o crédito anunciado. Para que haja agilidade na distribuição do recurso, o ministro declarou que está "chamando os bancos para que eles operem com rapidez para a agricultura familiar".

"Às vezes, no passado, o produtor fez uma repactuação com o banco e isso diminuiu o score dele. Estamos tomando providências para que o score dele volte a valer, caso ele não deva para nenhuma instituição financeira, até porque teve um Desenrola muito robusto", afirmou, ao se referir ao Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal.

Leilão do arroz

Teixeira explicou que o foco do Plano Safra 2024/25 para agricultura familiar será no aumento de legumes, verduras e frutas, e também arroz, feijão e no apoio à pecuária de leite.

Quanto ao arroz, o ministro se pronunciou sobre o abastecimento do alimento no mercado nacional. De acordo com ele, há diálogos em andamento com os produtores para que se chegue a um consenso quanto ao preço a ser praticado para o consumidor final.

"A realização do leilão já gerou a diminuição do preço nas gôndolas e estamos conversando com os produtores para fazer algo que os fortaleça, mas que também possa ter em estoque um volume que ajude a não aumentar o valor na prateleira", afirmou.

Para a próxima quinzena de julho, está previsto o edital para um novo leilão, a ser submetido para aprovação da Casa Civil. "Vamos fazer requisitos mais fortes para quem participar o leilão, para não ter aventureiros", disse.

Outra prioridade do governo é incentivar a mecanização da agricultura familiar, tanto no estímulo da compra de maquinário por conta dos agricultores, quanto à fabricação de máquinas menores por porte da indústria brasileira.

Além disso, segundo ele, a política pública quer ajudar a agroecologia, incentivando a transição da agricultura de base química para a biológica.

Seguro rural

Quanto ao fortalecimento do seguro rural, Teixeira disse que o governo federal tomou seis medidas para que a agricultura familiar tenha acesso ao seguro, "mas que ele seja melhor controlado, para não haver vazamentos [...] sem aumentar as tarifas de maneira punitiva ao produtor".

"Estamos integrando um ProAgro de melhor gestão, porque ele foi crescendo de maneira que o Tesouro não consegue bancar esse crescimento. Temos que reconhecer que as mudanças climáticas estão sendo severas, veja o que está acontecendo no Rio Grande do Sul. Por isso, faremos um seguro muito robusto, com regras de gestão para que não tenha vazamento", disse o ministro.