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Milei se recusa a pedir desculpas a Lula e critica seu 'ego inflamado'

28/06/2024 13h12

O ultraliberal presidente argentino Javier Milei recusou-se, nesta sexta-feira (28), a pedir desculpa ao seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, como havia pedido, e em vez disso descreveu-o como um "esquerdista" com "ego inflamado". 

"Devemos nos colocar acima dessas ninharias porque os interesses dos argentinos e dos brasileiros são mais importantes do que o ego inflamado de algum esquerdista", declarou Milei ao ser questionado pelo canal de televisão LN+ sobre o pedido de Lula.

O presidente brasileiro havia dito publicamente que não falaria com Milei até que ele pedisse desculpas. 

"Eu não conversei com o presidente da Argentina porque acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim, ele falou muita bobagem, só quero que ele peça desculpas", disse Lula em entrevista ao portal UOL. 

Lula não especificou a quais declarações se referia, embora Milei já o tenha chamado de "corrupto".

"Quais são os problemas, que eu o chamei de corrupto? Ele não foi preso por ser corrupto? Ou estamos tão doentes com o politicamente correto que não se pode dizer nada à esquerda, mesmo que seja verdade?", disse Milei nesta sexta-feira quando questionado sobre o assunto. 

Ambos os presidentes cumprimentaram-se cordialmente quando se encontraram recentemente na Itália, durante a cúpula do G7, mas não se reuniram. 

Lula havia declarado que "a Argentina é um país muito importante para o Brasil, e o Brasil é muito importante para Argentina. Não é um presidente da República que vai criar uma cizânia entre Brasil e Argentina".

Lula não compareceu à posse de Milei em dezembro, para a qual foi convidado seu adversário político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), próximo do presidente argentino. 

Milei e Lula se reunirão novamente em Assunção no início de julho, durante a cúpula do Mercosul, bloco comercial do qual são grandes parceiros, junto ao Paraguai e ao Uruguai.

Uma fonte da Chancelaria paraguaia confirmou à AFP a presença dos dois líderes na reunião de 8 de julho.

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© Agence France-Presse

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