União Brasil nega contato de auxiliares de Lula sobre saída de Juscelino
O União Brasil negou ter recebido qualquer contato de auxiliares do presidente Lula (PT) para tratar de uma eventual saída de Juscelino Filho do ministério das Comunicações.
O que aconteceu
A nota foi divulgada após aliados do ministro dizerem à Folha de São Paulo que auxiliares de Lula procuraram dirigentes do União para falar de seu afastamento. O ministro foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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A direção do União Brasil esclarece que não houve qualquer contato por parte de auxiliares do Presidente para discutir o assunto mencionado. Reiteramos que, como o próprio Presidente Lula declarou, o Ministro Juscelino Filho continua exercendo seu cargo com distinção. Este é o único fato concreto. Todas as outras afirmações não são mais do que interpretações incorretas ou simples suposições.
Nota do União Brasil
O partido reforçou o "apoio incondicional" ao ministro. Em entrevista ao UOL, o presidente Lula afirmou que afastará Juscelino se ele for denunciado pela PGR (Procuradoria-geral da República). Deputados do União ouvidos pela reportagem disseram que a bancada não foi comunicada sobre a eventual saída do ministro, como disse Lula.
Juscelino é apadrinhado do senador Davi Alcolumbre (União Brasil -AP) e mantém amizade com deputados. Como mostrou o UOL , o bom relacionamento do ministro com os parlamentares fez com que ele recebesse um tipo de 'blindagem' na Câmara após o indiciamento pela PF.
O caso do ministro das Comunicações
Juscelino é investigado, enquanto deputado federal, por suposto envolvimento em desvios da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
Lula e Juscelino apareceram juntos pela primeira vez após o indiciamento na semana passada. O presidente disse estar "feliz" com o ministro, afirmou que ele "está prestando um bom serviço" e negou qualquer intenção de reforma ministerial.
Em nota, o ministro afirmou que "o indiciamento é uma ação política e previsível". Na avaliação de Juscelino Filho, a investigação "distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito".
Como o UOL mostrou, qualquer decisão deve passar por uma chancela do União Brasil. O partido, que já saiu em defesa do ministro, é uma das principais forças do Congresso e, mesmo desunido, pode ser o fiel da balança em pautas importantes para o governo —para o bem e para o mal.
A demissão ou manutenção do ministro pode virar carta de negociação. Em outros momentos, Lula mostrou sua fidelidade ao partido ao dar um voto de confiança ao ministro. Agora, pode usar o avanço do caso como um pedido de fidelidade do União, apontam petistas, dado que derrotas recentes no Legislativo tiveram a ajuda da legenda. Mesmo tendo três ministros no governo, o partido tem votado com a oposição no Congresso.