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OPINIÃO

Roncaglia: Grandes acionistas da Americanas ficam fora do radar

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/06/2024 14h00

Os três grandes maiores acionistas das Lojas Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, estão sendo deixados de fora do radar das investigações sobre fraude na empresa, disse o economista André Roncaglia, professor da Unifesp, no UOL News desta quinta (27).

Os principais acionistas da empresa, simplesmente saíram do radar. A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Americanas não chamou os três principais acionistas que certamente sabiam do que estava acontecendo ali. Mas decidiram depositar toda culpa no bode expiatório que foi exatamente o Gutierrez, que era o CEO. Que está levando, na minha visão, a culpa toda, de maneira indevida, porque os acionistas majoritários deviam ter o conhecimento mas estão sendo deixados de lado nesse processo.

Eu acho que isso é péssimo para a Justiça porque mostra que quanto mais rico você for, a sua influência compra simplesmente o anonimato dentro de um crime, que causou todo esse drama na economia, que afetou milhares de empresas e funcionários, como foi essa fraude financeira das Lojas Americanas.

Roncaglia destacou que o caso não se trata de uma inconsistência contábil ou um escândalo político, mas sim da maior fraude corporativa registrada até hoje no país.

Eles [Americanas], fizeram uma manipulação contábil que escondia essa dívida da empresa, de cerca de R$ 40 bilhões. É um montante monstruoso numa rede que envolve mais de 16 mil funcionários e milhares de fornecedores.

O que a diretoria fez assim que notou que o escândalo ia ser revelado? Vendeu as ações. Como eles sabiam que existia um problema e estavam dotados de informações que o restante dos acionistas minoritários não estavam. Isso a gente define na área jurídica como informação privilegiada.

Kennedy: Debate é mais importante para Biden do que para Trump

Sair como vencedor do primeiro debate dos presidenciáveis norte-americanos na noite de hoje (27) será crucial para o atual presidente, o democrata Joe Biden, que disputa a reeleição. A avaliação é do colunista Kennedy Alencar, que participou do UOL News desta quinta-feira (27). Kennedy aponta que a eleição norte-americana é um evento histórico e que pode decidir o destino da economia e da geopolítica mundial nos próximos anos.

Sondagens apontam uma disputa acirrada entre Biden e seu principal concorrente, o reublicano Donald Trump. Segundo a média calculada pelo site RealClearPolitics, Trump tem 46,6% das intenções de voto nacionais, contra 45,1% do presidente.

É um debate que o Biden precisa vencer e convencer. Ele não pode empatar e nem perder esse debate. Esse debate é mais importante ao Biden do que é importante para o Trump.

Trump tem tentado colar no Biden um carimbo que ele não capacidade física e nem cognitiva para um segundo mandato à frente dos Estados Unidos. Kennedy Alencar, colunista do UOL

Para o colunista, o Trump, que recém completou 78 anos, se vende como alguem que tem energia e vigor, enquanto diz que Biden, 81, é alguém sem vigor e capacidade cognitiva para o debate"

Além das questões que vão ser tratadas do ponto de vista da economia e geopolítica, a forma importa muito, o Biden demonstrar vigor físico, [dar] respostas assertivas, ele tem que ir bem nesse debate. É fundamental pro Biden Kennedy Alencar, colunista do UOL

Landim: Nova proposta de Sóstenes é armadilha e impede aborto

A nova roupagem que o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) quer dar ao PL do aborto é, na verdade, uma armadilha e impede a interrupção da gravidez de forma segura, afirmou a colunista Raquel Landim, também no UOL News desta quinta (27).

Autor do projeto de lei antiaborto, Cavalcante disse ter ouvido a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e mudará a proposta para que a mulher estuprada não seja presa caso interrompa a gravidez após 22 semanas de gestação. Porém, os médicos que participarem do procedimento continuarão sendo considerados homicidas, segundo o parlamentar.

Isso é uma armadilha. As deputadas progressistas que estavam analisando esse assunto já alertavam sobre isso há um bom tempo.

Dá-se uma roupagem de não transformar a mulher em uma homicida e de que apenas estão defendendo a vida do bebê. Isto é uma armadilha. Na prática, impede-se o aborto após 22 semanas, obrigando a mulher a ter este filho. Na letra miúda do projeto, virá a proibição à assistolia fetal, que está se pretendendo desde o início.

É uma resposta do bolsonarismo ao ministro [do STF] Alexandre de Moraes e impede esse método seguro de aborto. Quando se coloca isso na lei, obriga-se o Estado a ter mais UTIs neonatais e gera graves traumas psicológicos e físicos para a mulher. Na prática, impede-se esse direito ao aborto seguro. Raquel Landim, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

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