ONU pede investigação 'imparcial' e julgamentos 'justos' após tentativa de golpe na Bolívia
A ONU defendeu nesta quinta-feira (27) uma investigação "completa e imparcial" sobre as acusações de violência relacionadas à tentativa de golpe na Bolívia e pediu "julgamentos justos" para os detidos.
O fracassado golpe militar que visava derrubar o presidente Luis Arce agravou a tensão no país andino, que enfrenta um prolongado declínio econômico.
"Estou profundamente preocupado pela incursão militar desta quarta no palácio presidencial da Bolívia", indicou em um comunicado o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk.
"É crucial que as autoridades bolivianas, inclusive as forças armadas, garantam o pleno respeito dos direitos humanos em todas as circunstâncias, e protejam a ordem constitucional e mantenham a paz", acrescentou Türk.
"Peço às autoridades que realizem uma investigação completa e imparcial sobre as denúncias de violência e relatos de feridos. Os responsáveis devem prestar contas e os detidos relacionados com os acontecimentos devem receber julgamentos justos", disse o diplomata em um documento emitido em Genebra.
O alto comissário considerou que "o diálogo e os mecanismos democráticos são a única forma de resolver qualquer tensão" e ofereceu "o apoio constante" de seu escritório "aos esforços da Bolívia para defender os direitos humanos e a democracia".
Tanques e tropas lideradas pelo general Juan José Zúñiga tentaram na quarta-feira derrubar a porta do palácio presidencial em La Paz, onde Arce estava reunido com seus assessores no gabinete.
O presidente de esquerda encontrou pessoalmente com o militar e ordenou que voltasse aos quartéis, segundo um vídeo divulgado pela presidência.
Zúñiga se negou a obedecer à ordem, mas abandonou minutos depois o lugar. Suas tropas também se retiraram depois de três horas, quando Arce anunciou uma nova cúpula de comandantes militares.
O general foi preso e pode pegar até 20 anos de prisão por terrorismo e levante armado, de acordo com a promotoria. O comandante-geral da marinha boliviana, vice-almirante Juan Arnez Salvador, também foi preso.
Na cidade vizinha de El Alto, um reduto do oficialismo, pequenos grupos de manifestantes saíram às ruas na quinta-feira e queimaram pneus em apoio a Arce.
rjm/nl/js/bc/aa/dd/ln/ic
© Agence France-Presse
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.