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Lula: Quem aposta em alta do dólar e fracasso do real vai quebrar a cara

do UOL

Do UOL, em Brasília

27/06/2024 13h08Atualizada em 27/06/2024 14h16

O presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira (27) que quem apostar no dólar em relação ao real "vai quebrar a cara".

O que aconteceu

O presidente negou hoje que a moeda norte-americana tenha subido após entrevista ao UOL, como aconteceu. O dólar, em R$ 5,45 antes da entrevista, começou a subir por volta das 11h30, após a transmissão, e chegou a atingir R$ 5,52 no começo da tarde.

"Quem tiver apostando em derivativo vai perder dinheiro nesse país", reclamou Lula. "As pessoas não podem ficar apostando no crescimento do dólar e enfraquecimento do real."

Em 2008, quem não lembra a quantidade de empresa que quebrou? Quem não lembra da Sadia? As pessoas achavam que iam ganhar dinheiro no fortalecimento do dólar e fracasso do real quebraram a cara, e vão quebrar outra vez.
presidente Lula, sobre a alta do dólar

O dólar tem sofrido uma alta expressiva desde a primeira semana de abril, quando operava na faixa dos R$ 5. No início da tarde de hoje, enquanto Lula falava em um evento no Palácio Itamaraty, a moeda estava em R$ 5,53.

O comentário que deixou os investidores mais nervosos tratava da necessidade de reduzir os gastos do governo no orçamento. "O problema não é que tem que cortar. O problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação. Temos que fazer essa discussão", disse o presidente ao UOL na quarta-feira.

Lula tem falado com frequência sobre o assunto. Em contraposição à equipe econômica, o presidente tem refutado tentativas de cortes de gastos por avaliar que isso impacta diretamente nos programas sociais, marca do governo.

Haddad: encarar pressões, pensando no social

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um discurso apaziguador, tentando conciliar as divergências. Disse reconhecer a necessidade no corte de gastos, mas afirmou que é preciso pensar na parte social, como sempre pondera o presidente.

"Reconhecemos a necessidade de encerrar as pressões de gastos públicos, desde que cuidemos dos mais vulneráveis", disse Haddad. Ele defendeu os ajustes e confirmou que fará uma proposta para Lula junto à ministra Simone Tebet (Planejamento), mas com o norte encomendado.

Temos que proteger a nossa economia e a forma é acelerar a agenda de reformas econômicas, macroeconômicas e microeconômicas no Congresso, acelerar o redesenho de políticas públicas, buscar equilíbrio fiscal, sim, pelo lado da receita e da despesa, não há outra forma de fazê-lo, com sabedoria, com inteligência para que não coloquemos em risco o crescimento que ajuda a estabilizar a relação dívida-PIB.
ministro Fernando Haddad, sobre equilíbrio dos gastos públicos

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