A nova roupagem que o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) quer dar ao PL do aborto é, na verdade, uma armadilha e impede a interrupção da gravidez de forma segura, afirmou a colunista Raquel Landim no UOL News desta quinta (27).
Autor do projeto de lei antiaborto, Cavalcante disse ter ouvido a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e mudará a proposta para que a mulher estuprada não seja presa caso interrompa a gravidez após 22 semanas de gestação. Porém, os médicos que participarem do procedimento continuarão sendo considerados homicidas, segundo o parlamentar.
Isso é uma armadilha. As deputadas progressistas que estavam analisando esse assunto já alertavam sobre isso há um bom tempo.
Dá-se uma roupagem de não transformar a mulher em uma homicida e de que apenas estão defendendo a vida do bebê. Isto é uma armadilha. Na prática, impede-se o aborto após 22 semanas, obrigando a mulher a ter este filho. Na letra miúda do projeto, virá a proibição à assistolia fetal, que está se pretendendo desde o início.
É uma resposta do bolsonarismo ao ministro [do STF] Alexandre de Moraes e impede esse método seguro de aborto. Quando se coloca isso na lei, obriga-se o Estado a ter mais UTIs neonatais e gera graves traumas psicológicos e físicos para a mulher. Na prática, impede-se esse direito ao aborto seguro. Raquel Landim, colunista do UOL
Landim fez um alerta para que a sociedade continue mobilizada e não se deixe iludir pelas alterações pretendidas por Cavalcante ao projeto de lei.
A vida e o corpo daquela mulher estão sendo colocados em risco. Não se garante a vida daquele bebê porque as chances de sobrevivência são muito pequenas.
Senhores deputados homens, se concordarem com esta roupagem de não tratar a mulher como homicida e só proibir o método da assistolia fetal, na prática vocês estão impedindo o aborto para estas mulheres e meninas que não conseguem identificar essa gestação a tempo.
A sociedade tem que ficar muito atenta. A roupagem que estão colocando pode ter um apelo. Se as pessoas não perceberem a armadilha por trás disso, de que isso na prática impede o aborto e coloca as mulheres em risco e serão feitos partos de crianças pouquíssimo viáveis, e deixarem isso na mão de deputados, na maioria homens, pode ficar muito complicado. Eu tenho receio. Raquel Landim, colunista do UOL
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