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Grupo que roubou R$ 30 mi ficou em esconderijo a 170 km de aeroporto do RS

do UOL

Do UOL, em São Paulo

27/06/2024 18h32

A quadrilha envolvida no mega-assalto de R$ 30 milhões a um carro-forte no aeroporto de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, usou como esconderijo um sítio a cerca de 170 km do local do crime. O roubo, que ocorreu na semana passada, contou com a participação de uma dupla ligada ao PCC e ao criminoso mais procurado do país, responsável por ataques aos moldes do "novo cangaço".

O que aconteceu

O esconderijo fica próximo a uma cascata visitada por turistas. O local, em uma área de mata fechada na cidade de Riozinho, no Vale do Paranhana, foi descoberto nesta quinta-feira (27) por uma força-tarefa com a participação da Brigada Militar e da Polícia Federal, segundo informações reveladas por GZH e confirmadas pelo UOL. O ataque ocorreu no aeroporto que passou a ser usado em voos comerciais após as chuvas no Rio Grande do Sul.

Primeiramente, os policiais chegaram a uma região dos vales dos rios Paranhana e Rolante. Depois, moradores da área indicaram o sítio, que fica entre os municípios de Riozinho e Rolante, próximo à rodovia RS-239.

O local escolhido pelos criminosos é ideal para ser utilizado como esconderijo, analisou um policial que participou da operação. A propriedade fica localizada em uma área de mata densa e com acesso apenas por estradas de terra.

No local, os agentes encontraram adesivos da PF, sinalizadores usados em viaturas, luvas, colchões e comida. Uma perícia será feita nos materiais para identificar possíveis impressões digitais e DNA. Porém, os criminosos utilizaram um extintor de incêndio antes de deixar o esconderijo, o que dificulta a análise.

O esconderijo fica próximo a uma cascata visitada por turistas - Divulgação - Divulgação
O esconderijo fica próximo a uma cascata visitada por turistas
Imagem: Divulgação

Suspeitos presos

A PF prendeu até o momento quatro suspeitos de participar do roubo ao carro-forte no Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul (RS), no último dia 19. O plano era roubar a carga de R$ 30 milhões, mas os bandidos só conseguiram levar metade do valor. Uma parte do grupo fugiu por uma área de mata com os R$ 15 milhões.

Um policial e um suspeito morreram durante o assalto. Segundo a Brigada Militar, os criminosos se disfarçaram com casacos da PF e entraram no aeroporto para roubar o veículo.

O 2º sargento Fabiano Oliveira, 47, chegou a ser levado ao hospital, mas acabou morrendo. O UOL apurou que o suspeito morto foi identificado como Silvio Wilton da Costa, de 37 anos.

Ligação com PCC

Um dos suspeitos presos por envolvimento no mega-assalto em aeroporto do RS é líder do PCC, diz a Polícia Civil. Escutas telefônicas obtidas pelo Seccold (Setor de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro) de São José dos Campos (SP) com autorização da Justiça indicam que Adriano Pereira de Souza, 34, conhecido como Cigano, era um dos líderes da facção criminosa paulista em SP. Ele foi preso na sexta-feira (14) com outros dois comparsas em ação em conjunto entre a PRF e a polícia gaúcha.

Condenação por tráfico e uso de documento com nome falso. Adriano foi condenado por tráfico de drogas e era considerado foragido da Justiça. Ele conseguiu escapar das autoridades ao usar documento com um nome falso. Adriano também é investigado pelo crime de lavagem de dinheiro envolvendo parentes dele e empresários de São José dos Campos (SP), indica a investigação.

Investigado por suspeita de aliança com facção criminosa do Rio de Janeiro. Adriano chegou a ser preso em maio de 2021 na capital fluminense por articular uma suposta aliança entre o PCC e o TCP (Terceiro Comando Puro). Segundo as investigações, ele negociou o fornecimento de armas e drogas com Álvaro Malaquias, o Peixão, líder da facção criminosa do Rio.

Líder em mega-assaltos, Márcio do Carmo Pimentel é apontado como um dos criminosos mais procurados do país - Reprodução - Reprodução
Líder em mega-assaltos, Márcio do Carmo Pimentel é apontado como um dos criminosos mais procurados do país
Imagem: Reprodução

Outro suspeito envolvido no mega-assalto ao aeroporto do RS tinha vínculos com o homem mais procurado do país e com o PCC. Silvio Wilton da Costa, 37, que morreu em confronto com os PMs em meio ao assalto ao aeroporto de Caxias do Sul (RS), tinha ligações com Márcio Carmo Pimentel, o Ian, que está na lista dos criminosos mais procurados do país, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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