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Americanos 'presos' no Brasil após terem filho prematuro chegam aos EUA

Christopher Phillips 44 e Cheri Phillips 36 estavam visitando o brasil quando a mulher deu à luz o filho prematuro com menos de seis meses - Cedido ao UOL
Christopher Phillips 44 e Cheri Phillips 36 estavam visitando o brasil quando a mulher deu à luz o filho prematuro com menos de seis meses Imagem: Cedido ao UOL
do UOL

27/06/2024 12h46

O casal dos Estados Unidos que ficou sem conseguir sair do Brasil após o nascimento do filho prematuro conseguiu chegar ao país americano na terça-feira (25).

O que aconteceu

Christopher Phillips, 44, e Cheri Phillips, 36, chegaram aos EUA quatro meses após o filho deles nascer. O casal pousou no Aeroporto Internacional de St. Paul, em Minnesota.

"Estamos em casa", afirmou Christopher em publicação nas redes sociais. Eles foram recebidos por familiares e, de lá, seguiram para a nova casa da família, na cidade de Cambridge, com pouco mais de 10 mil habitantes.

Passaporte emergencial dos Estados Unidos foi emitido pela embaixada. O bebê Greyson, que nasceu antes de seis meses de gestação, recebeu o documento no começo de junho. Ele também recebeu um passaporte brasileiro, informou Christopher nas redes. Os passaportes foram emitidos por um cartório de Florianópolis após um embate burocrático que durou dois meses.

Entenda o caso

Christopher Phillips, 44, e Cheri Phillips, 36, estavam visitando o Brasil quando a mulher deu à luz com menos de seis meses de gravidez. Os pais esbarram em burocracias para emitir a certidão de nascimento da criança. Sem o documento, eles não poderiam embarcar para casa.

Eles chegaram ao Brasil em fevereiro deste ano. Christopher é fotógrafo e produtor de vídeos, e tem uma filha brasileira de oito anos. Ele contou que sempre vem a Florianópolis visitar a criança três vezes no ano. "A minha filha mora com a mãe dela [brasileira] aqui no Brasil", afirmou o pai, que conversou por ligação com o UOL.

Ele diz que a viagem da esposa foi autorizada por uma equipe médica dos Estados Unidos. "O médico falou que estava tudo bem, ela não tinha nenhum problema na gravidez, estava tudo ótimo. Por isso, foi liberada para viajar, disseram até que seria bom para ela descansar porque os próximos meses seriam mais difíceis".

O parto estava previsto para 2 de junho. A passagem de volta aos Estados Unidos estava marcada para 10 de março. Três dias antes de embarcar para casa, Cheri começou a sentir dores na barriga. O casal pensou que seriam contrações normais, mas o desconforto só aumentou.

Cheri foi internada em 8 de março. "Ela acordou às 4h da manhã e disse 'estou sangrando, a gente tem que ir para um hospital'. Eu levei ela no primeiro hospital público que encontrei, no centro de Florianópolis". De lá, eles foram transferidos para uma unidade de saúde particular, com especialidade em maternidade.

Durante quatro dias, os médicos tentaram atrasar o parto. Apesar dos esforços, em 12 de março, Cheri precisou fazer uma cesárea de emergência, com apenas 28 semanas de gestação.

O pequeno Greyson nasceu com 1,2 kg e precisou ficar internado na UTI por 51 dias. Os médicos precisavam ressuscitá-lo. "Foi um período difícil porque a minha esposa dependia de mim para tudo, ela não falava uma palavra em português e não conseguia se comunicar no hospital. Falo português por causa da minha primeira filha, por isso, para mim era um pouco mais fácil".

De alívio ao pesadelo

Após a alta do bebê, o que seria o momento de alívio e felicidade se tornou um verdadeiro pesadelo. Desde o fim de abril, a família tenta retornar para casa, nos Estados Unidos, mas esbarra em burocracias e na falta de agilidade da Justiça brasileira. "Só vamos comemorar quando a gente conseguir chegar na nossa casa", diz o pai.

Dois cartórios de Florianópolis se negaram a emitir a certidão de nascimento da criança. O caso foi parar no Tribunal de Justiça de Santa Catarina. "Há um mês, a gente contratou uma advogada para nos ajudar a conseguir a documentação. Entramos com um processo, mas o caso não anda, é desesperador, a gente só quer voltar para a nossa casa com o nosso filho", lamentou Chris.

A justificativa dos cartórios foi de que os passaportes dos pais não têm a filiação deles. Após a repercussão do caso, o casal conseguiu emitir o documento com os mesmos documentos enviados quando a criança nasceu. O documento foi entregue na casa em que eles estavam hospedados junto a um pedido de desculpas, segundo Christopher.

 Chris e Cheri têm se divido entre os cuidados do bebê prematuro e a resolução do caso - Cedido ao UOL - Cedido ao UOL
Imagem: Cedido ao UOL

Família dos pais criou uma vaquinha para ajudar nos custos. Além dos custos com a saúde do bebê, eles tiveram que comprar roupas, carrinho e parte do enxoval, além de pagar por um novo aluguel do apartamento em que vivem. O casal diz que as contas que não param de chegar nos EUA.

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