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Rejeição à tentativa de 'golpe de Estado' na Bolívia

26/06/2024 19h59

Líderes do mundo se manifestaram nesta quarta-feira (26) rapidamente contra a tentativa de "golpe de Estado" na Bolívia, como denunciou o presidente do país, Luis Arce, após o envio de tropas e tanques à sede do governo em La Paz.

As imagens televisionadas de um tanque tentando derrubar um portão metálico do palácio presidencial, por onde entrou posteriormente o general Juan José Zúñiga, até então comandante do Exército, viralizaram nas redes sociais.

O ex-presidente boliviano Evo Morales denunciou a formação de um "golpe de Estado", como classificou mais tarde o próprio Arce, que convocou os bolivianos a se mobilizarem contra a iniciativa de Zúñiga.

Em seguida, governos da região expressaram repudio à tentativa de golpe e pediram a restituição da ordem constitucional na Bolívia.

- Brasil -

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou na rede social X "qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia" e reafirmou o compromisso do Brasil "com o povo e a democracia no país irmão presidido por @LuchoXBolivia", acrescentando querer que a democracia "prevaleça em toda a América Latina".

Em um comunicado publicado pelo Itamaraty, o governo brasileiro também condenou "nos mais firmes termos" os eventos em andamento na Bolívia e manifestou seu "apoio e solidariedade" ao presidente Arce e ao povo boliviano.

O Brasil estará "em interlocução permanente com as autoridades legítimas bolivianas e com os Governos dos demais países da América do Sul no sentido de rechaçar essa grave violação da ordem constitucional na Bolívia", garantiu.

"Esses fatos são incompatíveis com os compromissos da Bolívia perante o Mercosul, sob a égide do Protocolo de Ushuaia", concluiu o comunicado.

- Estados Unidos -

O governo do presidente americano, Joe Biden, fez um chamado "à calma", declarou à AFP uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

"Os Estados Unidos estão acompanhando de perto a situação" na Bolívia, se limitou a dizer a funcionária.

- Colômbia -

A Colômbia manifestou em um comunicado sua "total rejeição ao golpe militar" que ocorreu na Bolívia, onde "se atenta diretamente contra a democracia e a estabilidade da região".

"A América Latina deve unir-se a favor da democracia (...) Um golpe antidemocrático precisa ser enfrentado com a mobilização generalizada do povo", pediu por sua vez o presidente esquerdista, Gustavo Petro, no X.

"Convido a todo o povo boliviano à resistência democrática", acrescentou.

- México - 

A primeira mulher eleita presidente do México, Claudia Sheinbaum, classificou no X a tentativa como um "atentado contra a democracia".

"Nosso apoio incondicional ao presidente Luis Arce e ao seu povo", disse Sheinbaum.

Da mesma forma, o presidente em fim de mandato Andrés Manuel López Obrador expressou na mesma plataforma seu "total apoio e respaldo" a Arce, a quem chamou de "autêntica autoridade democrática desse povo e país irmão".

Em sua tradição de conceder asilos políticos, o México recebeu o ex-presidente Morales em 2019 em meio a uma crise política em seu país.

- Chile -

O vizinho Chile também enviou uma nota de solidariedade à Bolívia através de um comunicado, apoiando as autoridades e seu povo diante das "mobilizações irregulares do Exército" boliviano, como inicialmente caracterizou Arce.

O governo do esquerdista Gabriel Boric espera que os acontecimentos se resolvam "com total apego e respeito à democracia e à institucionalidade vigente".

"Não podemos tolerar qualquer quebra da ordem constitucional legítima na Bolívia ou em qualquer outro lugar", disse Boric em sua conta no X.

- Equador -

O Equador lamentou os "eventos ocorridos" na Bolívia, confiando que "uma solução pacífica será encontrada para esta grave situação".

"O Equador deseja a vigência da democracia, do Estado de Direito e o respeito à ordem constitucional estabelecida", escreveu o Ministério das Relações Exteriores equatoriano em sua conta no X.

- Peru -

O vizinho Peru condenou firmemente no X "a tentativa de ruptura constitucional" na Bolívia, ao mesmo tempo em que apoiou Arce e "os esforços institucionais para preservar a ordem e o Estado de direito".

- Uruguai -

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, condenou "energicamente os eventos (...) protagonizados por um setor de suas Forças Armadas, que atentam contra sua ordem democrática e constitucional".

"Expressamos nossa solidariedade com o governo legítimo do presidente" Arce, acrescentou no X.

- Honduras -

"Convoco urgentemente os presidentes dos países membros da Celac a condenar o fascismo que hoje atenta contra a democracia na Bolívia e exigir o respeito total ao poder civil e à Constituição", solicitou a presidente hondurenha, Xiomara Castro, presidente "pro tempore" da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.

"Expressamos nosso apoio incondicional ao irmão povo da Bolívia, ao presidente @LuchoXBolivia e a @evoespueblo", disse Castro no X.

- Guatemala -

O governo guatemalteco condenou "da forma mais enérgica" o que aconteceu na Bolívia, expressando sua solidariedade tanto ao país quanto ao seu presidente. "Esperamos que logo se restabeleça a ordem constitucional legítima na Bolívia", indicou em um comunicado.

- Venezuela -

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou que a manobra militar na Bolívia era o "caminho" dos "extremistas: golpes de Estado, desestabilização, destruição, caos".

"Ao povo da Bolívia, todo o apoio do povo de Bolívar. Não ao fascismo, não ao golpismo", afirmou Maduro, ao se declarar em "emergência e apoio permanente ao povo da Bolívia".

- Espanha -

Além disso, o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, reagiu com uma condenação "firme" aos movimentos militares na Bolívia.

"Enviamos ao governo da Bolívia e ao seu povo nosso apoio e solidariedade, e fazemos um apelo ao respeito pela democracia e pelo estado de direito", disse Sánchez no X.

bur-atm/dga/am

© Agence France-Presse

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