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Pai de cigana do caso brigadeirão é condenado por incêndio em casa de genro

O fogo consumiu móveis, roupas e eletrodomésticos da residência de Orlando no município de Sumaré (SP)  - Reprodução/IC Americana
O fogo consumiu móveis, roupas e eletrodomésticos da residência de Orlando no município de Sumaré (SP) Imagem: Reprodução/IC Americana
do UOL

Maurício Businari

Colaboração para o UOL

25/06/2024 04h00

Emílio Breschak, 61, pai de Suyany Breschak, a cigana suspeita de participação no envenenamento do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, foi condenado a seis anos de prisão por provocar um incêndio na casa de seu então genro, o influenciador Orlando Ianoviche Neto. A sentença foi proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

O que aconteceu

No dia 2 de outubro de 2022, Breschak invadiu a casa de Orlando e provocou um incêndio em vários cômodos. A Polícia Militar, acionada por vizinhos que perceberam as chamas, conseguiu impedir que o fogo se alastrasse, prendendo Emílio em flagrante. O incêndio causou destruição significativa, queimando roupas, eletrodomésticos e móveis da residência.

Orlando, que também é cigano, vinha sofrendo constantes ameaças de Breschak após o término de seu relacionamento com Suyany. "Você não pode morar em Sumaré, que é perto de Campinas, a gente mora em Campinas, você não tem direito. A gente vai te matar, a gente vai colocar fogo na sua casa", relatou o influenciador no processo, descrevendo as ameaças recebidas.

O medo constante obrigou Orlando a vender sua residência por um valor irrisório e mudar-se para outro município. "Diante das ameaças, eu saí de Sumaré e tive que me mudar para garantir a segurança da minha família", contou ao UOL. Ele perdeu quase todos os seus pertences no incêndio, incluindo roupas, eletrodomésticos e móveis.

A ação rápida da PM foi crucial para evitar uma tragédia maior. "A PM de Sumaré agiu prontamente, apagando o incêndio e prendendo ele em flagrante delito", contou Orlando. "O fogo poderia se alastrar e causar danos a outros imóveis, colocando em risco a vida de outras pessoas, de vizinhos que tinham crianças em casa".

Orlando afirma que Suyany não aceitou a separação do casal, após 13 anos juntos - Reprodução/Redes Sociais - Reprodução/Redes Sociais
Orlando afirma que Suyany não aceitou a separação do casal, após 13 anos juntos
Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Coquetéis molotov

A perícia técnica desempenhou um papel crucial na investigação do incêndio. O Instituto de Criminalística de Americana realizou uma vistoria detalhada no local do incêndio, constatando múltiplos focos de fogo, incluindo o uso de coquetéis molotov.

O laudo pericial confirmou que o incêndio foi intencional e causado por ação humana. Marcas de fuligem nas paredes, descolamento de pintura e forro, e a presença de fósforos e bitucas de cigarro em vários cômodos indicaram que o incêndio foi deliberadamente provocado. As evidências coletadas corroboraram as acusações contra Breschak, fortalecendo o caso apresentado pela acusação.

Breschak foi condenado pelo crime de incêndio doloso, previsto no artigo 250, parágrafo 1º do Código Penal, que qualifica o ato como um crime praticado com intenção de causar danos. A sentença foi proferida no dia 18 de junho pelo Juiz Leonardo Delfino, que considerou as provas irrefutáveis de autoria e materialidade do delito, e tornada pública hoje (24).

Eu espero que justiça seja feita e que a família de Suyany pare de ameaçar testemunhas, pare de ameaçar minha mãe, pare de ameaçar minha irmã, disse Orlando, demonstrando a esperança de que a condenação traga um fim às ameaças constantes que ele e sua família têm enfrentado.

O UOL entrou em contato com o advogado Agnaldo Cazari, responsável pela defesa de Breschak, mas até o momento não recebeu retorno. O espaço permanece aberto para futuras manifestações.

Os técnicos da Polícia Civil encontraram vários coquetéis molotov na residência - Reprodução/IC Americana - Reprodução/IC Americana
Os técnicos da Polícia Civil encontraram vários coquetéis molotov na residência
Imagem: Reprodução/IC Americana

Sequestro e ameaças aos filhos

A história de violência e ameaças envolvendo Orlando e Suyany tem precedentes graves. Em 2022, o casal havia rompido o relacionamento, e Orlando e a então companheira, Jéssica, foram vítimas de um sequestro em Uberlândia, supostamente orquestrado pela ex. Durante uma parada em um posto de gasolina, Orlando foi abordado por um homem armado, que exigiu suas joias e pertences, levando-o à força para uma caminhonete, enquanto Jéssica foi colocada em outro veículo.

O caso do sequestro foi registrado pela delegacia de Uberlândia, e a Polícia Civil de Minas Gerais considera Suyany como suspeita de ter sido a mandante do crime. O casal registrou um boletim de ocorrência, denunciando que Suyany estaria por trás do esquema. "Estamos vivendo um inferno," desabafou Orlando, expressando o impacto contínuo das ações da ex em sua vida.

As ameaças de Suyany se estenderam até seus próprios filhos, aumentando o medo de Orlando. O UOL teve acesso a uma gravação onde a jovem dizia que daria veneno para os filhos e tomaria em seguida, caso o influencer não voltasse para ela. "Ela ameaçou matar nossas crianças. Graças aos policiais conseguimos salvá-los", afirmou Orlando, que agora tem a guarda dos filhos.

Caso brigadeirão

Suyany é apontada pela polícia como a possível mandante do assassinato do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, no caso que ficou conhecido como o "Caso Brigadeirão". A suspeita foi casada com Orlando por 13 anos, e com ele teve dois filhos.

A jovem, de 27 anos, foi presa no dia 29 de maio em Cabo Frio (RJ) por suspeita de auxiliar a psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta a vender bens do empresário. A polícia apura se ele foi morto com um brigadeirão envenenado por Júlia e se a cigana teria sido mentora da trama. Segundo a polícia, Suyany se apossou de um veículo do empresário morto como parte do pagamento de R$ 600 mil que Júlia devia a ela por serviços espirituais prestados.

Em depoimento à polícia, Suyany relatou que recebeu o carro da vítima para abater parte da dívida. Ela também deu detalhes sobre a forma como a psicóloga usou o medicamento para envenenar o brigadeirão. A defesa da suspeita negou envolvimento no crime, mas as investigações continuam.

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