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Campanha para eleição presidencial começa em Ruanda; após 24 no poder, Kagame deve ser reeleito

22/06/2024 06h13

A campanha para as eleições presidenciais de 15 de julho em Ruanda foi oficialmente aberta no sábado (22). O presidente Paul Kagame, que governa o país africano há 24 anos, deve ser reeleito. Um total de 9,01 milhões de eleitores estão inscritos para o pleito, que será, pela primeira, realizado conjuntamente com eleições legislativas.

Paul Kagame foi eleito presidente pelo parlamento após a demissão de Pasteur Bizimungu em 2000. Depois ele foi reeleito três vezes durante, nas eleições de 2003, 2010 e 2017, conseguindo a cada vez mais de 90% dos votos.

No dia 15 de julho, Kagame enfrentará os mesmos adversários de 2017, o líder do Partido Democrático Verde, Frank Habineza, e o ex-jornalista Philippe Mpayimana. Neste ano, ele obteve mais de 98,79% dos votos, Philippe Mpayimana 0,73% e Frank Habineza 0,48%.

Várias figuras da oposição, como Victoire Ingabire e Bernard Ntaganda, não tiveram oportunidade de se apresentar, devido a condenações anteriores. Os tribunais rejeitaram seus pedidos para que seus direitos civis fossem restaurados.

A comissão eleitoral também invalidou a candidatura de Diane Rwigara, por ter apresentado documentos não conformes. Esta opositora de Kagame já tinha sido excluída das eleições presidenciais de 2017, acusada de falsificação de documentos e detida antes de ser inocentada pelos tribunais em 2018.

Diminuição do mandato

Uma polêmica revisão constitucional, aprovada por referendo em dezembro de 2015, diminuiu o mandato de sete anos para cinco e a possibilidade do chefe de Estado de se manter no cargo por no máximo dois mandatos.

Essa modificação gerou fortes críticas porque zerou o número de mandatos de Paul Kagame, que já havia cumprido dois de sete anos. O chefe de Estado também foi autorizado a concorrer a um mandato transitório de sete anos, entre 2017 e 2024.

Esta reforma permite, portanto, que o presidente, em caso de reeleição, permaneça no poder até 2034. Ela também sincronizou as eleições legislativas com as presidenciais.

Mais de 500 candidatos concorrerão às 80 vagas no Parlamento de Ruanda.

(Com AFP)

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