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Bombardeio perto da Sede da Cruz Vermelha na Faixa de Gaza mata 22 pessoas

22/06/2024 03h29

Pelo menos 22 pessoas morreram e 45 ficaram feridas em um bombardeio que danificou o escritório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Faixa de Gaza. Centenas de pessoas deslocadas vivem nas proximidades do local atingido, informou a organização nesta sexta-feira (21) à noite.

Segundo o CICV, o bombardeio "provocou uma afluência massiva de vítimas ao hospital de campanha da Cruz Vermelha", que "recebeu 22 mortos e 45 feridos", escreveu a entidade humanitária na rede social X.

O Ministério da Saúde de Gaza, território administrado pelo Hamas, em guerra com Israel, informou que 25 pessoas morreram e 50 ficaram feridas, e acusou os israelenses de terem "atacado as tendas dos civis deslocados em Al-Mawasi".

Um porta-voz do Exército israelense disse à AFP que "uma investigação inicial sugere que não há indícios de que o IDF [Exército israelense] tenha realizado um ataque na zona humanitária de Al-Mawasi". "O incidente está sendo investigado", acrescentou.

"Disparar tão perigosamente perto de estruturas humanitárias, cuja localização é de conhecimento das partes no conflito, que estão claramente marcadas com o emblema da Cruz Vermelha, coloca em perigo a vida dos civis e dos funcionários", criticou o CICV.

Aumento dos bombardeios

As forças israelenses intensificaram nesta sexta-feira seus bombardeios no território palestino, segundo testemunhas, que relataram também bombardeios no centro do território e em Rafah, ao sul.

Mais de um milhão das 1,4 milhão de pessoas que viviam em Rafah, em sua maioria deslocadas pela guerra, fugiram desde 7 de maio, quando começou a operação terrestre israelense na cidade, indicou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo essa agência sanitária da ONU, em 17 de maio restavam 750 pessoas no centro urbano de Rafah e entre 60 mil e 75 mil pessoas permaneciam na área de Al Mawasi, a cerca de 10 km da cidade que fica na fronteira com o Egito.

Após mais de oito meses de guerra, a situação em Gaza é crítica e a população está à beira da fome, alerta a ONU.

A ajuda humanitária chega a conta-gotas e a "pausa" diária anunciada pelo Exército israelense nas operações no sul não tem "nenhum impacto" no encaminhamento de alimentos, assegurou nesta sexta-feira Richard Peeperkorn, um responsável da OMS para os territórios palestinos ocupados.

A guerra começou em 7 de outubro, quando terroristas do Hamas mataram 1.194 pessoas, em sua maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um levantamento baseado em dados oficiais israelenses. O Exército israelense estima que 116 pessoas continuam em cativeiro em Gaza.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já deixou pelo menos 37.431 mortos em Gaza, também em sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

(Com AFP)

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