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Aliado de Bolsonaro, coronel Mello é anunciado vice de Nunes; veja quem é

Ex-comandante da Rota, Ricardo Nascimento de Mello Araújo presidiu Ceagesp no governo Bolsonaro Imagem: Reprodução/Instagram/@melloaraujo10 19.nov.2023

Do UOL, em São Paulo

20/06/2024 17h56

O ex-comandante da Rota Ricardo Nascimento Mello Araújo foi anunciado como pré-candidato a vice do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), nas eleições de outubro.

Quem é Mello Araújo

Ex-chefe da Rota é coronel da Polícia Militar e também foi presidente da Ceagesp. Seu nome foi indicado a Nunes pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defendido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na última semana.

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Mello Araújo ficou à frente do comando da Rota entre 2017 e 2019. Quando assumiu o cargo, ele defendeu, em entrevista ao UOL, abordagens diferentes para pessoas na periferia e em regiões nobres.

Ele representa a terceira geração de sua família na Polícia Militar de São Paulo. "Meu pai aposentou como coronel da Polícia Militar — inclusive, comandou o Choque aqui em São Paulo. O meu avô entrou como soldado e saiu como coronel, na época da Força Pública - lutou na Revolução de 1932. Então, eu sou a terceira geração. O ser policial militar é sonho de criança", disse em 2017, ao UOL.

Seu entorno defende sua gestão à frente da Ceagesp, mas há sindicalistas que o criticam. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o Ministério Público do Trabalho ajuizou uma ação contra a companhia com base nos relatos dos funcionários de militarização dos espaços e abusos.

Em suas redes sociais, Mello Araújo afirma que é bacharel em direito e em educação física. Ele também cita um mestrado em fisiologia do exercício pela USP (Universidade de São Paulo).

Nome sofreu resistências

Entorno do prefeito e dos partidos aliados classificou Mello Araújo como "bolsonarista demais". A visão deles era de que o coronel não traria votos a Nunes e poderia afastar o eleitor de centro.

As declarações dele como a atuação da polícia, por exemplo, são vidraças e podem ser usadas por seus adversários. Sua gestão no Ceagesp também pode ser incluída nas críticas — a pré-campanha de Nunes, entretanto, vai preferir utilizar o combate a corrupção na companhia no período em que ele comandou o órgão.

Na semana passada, uma ala do PP chegou a criticar a indicação do ex-Rota. "Não subo em palanque se ele escolher esse cara aí. Esse cara foi péssimo administrador no Ceagesp, foi uma merda como PM e agora vai colocar ele de vice-prefeito? Manda o Bolsonaro acordar", disse o deputado Delegado Olim (PP) ao Estadão.

Tarcísio, Bolsonaro, Nunes e Mello Araújo após almoço no dia 14 Imagem: Saulo Pereira Guimarães/UOL

Tarcísio e Bolsonaro marcaram um almoço com Nunes e o coronel para discutir a indicação na sexta-feira (14). O prefeito elogiou Mello Araújo, mas adiou sua escolha justificando que precisava conversar com todos os partidos da base de apoio — são 11, ao todo.

Na quarta-feira (19), Nunes elogiou Mello. "Eu mesmo fiquei encantado [com o trabalho de Mello Araújo na Ceagesp]. Não dá para negar que merece, no mínimo, o nosso respeito", disse, em agenda pública.

Nunes afirmou que o coronel combateu a corrupção e a exploração sexual na companhia. "Tira aquela imagem só do comandante da Rota", disse.

Prefeito usou demora para escolha de vice para alfinetar Boulos. "Não vamos fazer nenhuma imposição para nenhum", disse ele, sempre quando era questionado sobre seu companheiro de chapa. A escolha de vice do seu adversário Guilherme Boulos (PSOL) foi fruto direto de uma articulação do presidente Lula (PT) nos bastidores — a vaga já seria do PT também devido a um acordo do psolista com o partido.

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