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Bolsa antirracista ganha leão na categoria Luxo do festival de Cannes

Ação ganhou um leão de Prata na categoria Luxury & Lifestyle, que estreou esse ano - Divulgação
Ação ganhou um leão de Prata na categoria Luxury & Lifestyle, que estreou esse ano Imagem: Divulgação
do UOL

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em Piracicaba (SP)

20/06/2024 15h48

Uma iniciativa criada para tentar diminuir a prática de ações racistas em ambientes de consumo foi premiada hoje (20), no quarto dia do Cannes Lions, considerado o festival de criatividade mais importante do mundo.

Bolsa com etiqueta

A ação, criada pela agência Grey para a Universidade Zumbi dos Palmares, ficou com um leão de Prata (como são conhecidos os troféus) em Luxury & Lifestyle, categoria que estreou este ano no festival.

A ideia era mostrar a lei para seguranças que pedissem para revistar bolsas e mochilas de pessoas negras, sob acusação de furto. Para dirimir essas cenas, rotina no comércio nacional, a ação criou uma etiqueta para ser afixada em bolsas, com o texto da Lei 14.532/2023, que prevê 2 a 5 anos de prisão e multa para quem constranger, humilhar ou cometer crimes de racismo ou injúria racial, além de um QRcode para denúncias.

A estilista Naya Violeta foi convidada a criar o design desta 'primeira bolsa antirracista'. A bolsa foi distribuída a 15 influenciadores e criadores de conteúdo, como as atrizes Sheron Menezes e Luana Piovani e a cantora Luciana Mello, que deram visibilidade à iniciativa.

A ação foi lançada em 21 de março deste ano, Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. A iniciativa faz parte do programa Racismo Zero, idealizado pela Universidade Zumbi dos Palmares.

Assista ao vídeo da ação:

A ideia surgiu de uma experiência pessoal: uma familiar de uma pessoa da nossa agência passou por um constrangimento desses. A repercussão da iniciativa foi enorme, mas precisamos engajar mais empresas nessa luta antirracista. Precisamos que grandes marcas e lojas de departamento produzam suas versões da bolsa, para que mais pessoas tenham acesso.
Manir Fadel, CEO e chefe da área de criação da agência Grey

Dia de poucos leões

A quinta-feira foi marcada pela entrega de poucos troféus para o Brasil: foram 13, sendo 4 de Ouro, 6 de Prata e 3 de Bronze, em 7 categorias diferentes.

Confira (entre parênteses, o cliente e a agência ganhadores do prêmio):

  • Brand Experience & Activation: 2 Ouros (Super Extra/Grey e Consul/DM9), 3 Pratas (Mercado Livre/Gut, New Balance/Le Pub e Heinz/Africa) e 3 Bronzes (Greenpeace/AlmapBBDO, Mercado Livre/Gut e Vult/Gut).
  • Creative Commerce: 2 Ouros (iFood/DM9 e Samsung/MRM) e 1 Prata (Mercado Livre/Gut).
  • Luxury & Lifestyle: 1 Prata (Zumbi dos Palmares/Grey).
  • Creative Effectiveness: 1 Prata (Budweiser/W+K SP e Africa Creative).

O Brasil não teve premiados nas categorias Creative Business Transformation, Innovation e Creative Strategy.

Até o momento, agências de publicidade e empresas brasileiras faturaram 90 Leões:

  • 2 Grand Prix (as melhores ideias de cada categoria, em Entertainment for Music e Media)
  • 14 de Ouro,
  • 31 de Prata, e
  • 43 de Bronze.

Mais de R$ 10 milhões apenas em inscrições

O Cannes Lions vai amanhã, quando serão anunciados os vencedores nas categorias Glass: The Lion for Change, Sustainable Development Goals, Film Lions e Titanium -considerada a grande ideia do ano no festival. O Brasil concorre com 15 indicações.

As empresas brasileiras inscreveram mais de 2 mil ações de marketing no festival, em um investimento que ultrapassou os R$ 10 milhões.

No ano passado, agências e empresas brasileiras ficaram com 92 troféus, sendo o Titanium Lions (para W+K SP/Africa Creative), 2 Grand Prix (para AlmapBBDO e AKQA), além de 11 Ouros, 28 Pratas e 50 Bronzes -o desempenho deste ano será bem parecido.

O recorde de conquista do Brasil aconteceu em 2013, quando foram conquistados 115 troféus.

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