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Autonomia do BC deu mais credibilidade à política monetária, diz Lira

Arthur Lira participou de evento nesta terça-feira (18) - Mario Agra / Câmara dos Deputados
Arthur Lira participou de evento nesta terça-feira (18) Imagem: Mario Agra / Câmara dos Deputados
do UOL

Do UOL, em São Paulo

18/06/2024 11h48

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirma que a autonomia do Banco Central foi fundamental para aumentar a credibilidade das decisões sobre os juros no país. Lira fez declaração às vésperas da reunião do Copom, que acontece nesta quarta-feira (18), em meio a falas de Lula sobre o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

O que aconteceu

Lira participou nesta terça-feira (18) do CNN Talks, evento da CNN realizado em Brasília. O evento falava sobre o acesso a crédito no país e, ao falar sobre o assunto, Lira disse que a Câmara dos Deputados tem atuado para melhorar o ambiente econômico do país, fomentar crédito e atrair mais investimento.

O político citou medidas aprovadas pela Câmara que considera que ajudam a melhorar o ambiente econômico do país. Entre elas, falou sobre a autonomia do BC e a reforma tributária.

A Câmara dos Deputados tem impelido o país na direção que acreditamos ser correta, apoiando reformas econômicas e resistindo a toda tentativa de retrocesso. A autonomia do Banco Central, às vésperas do Copom, aumentou a credibilidade da nossa política monetária. O nosso arcabouço fiscal e a reforma tributária racionalizam a nossa política fiscal.
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados

A independência do BC foi aprovada em fevereiro de 2021. A medida foi sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro e prevê que os mandatos do presidente e dos diretores do BC tem duração de quatro anos, mas não coincidem com os do presidente da República. Assim, os governos que tomam posse precisam conviver com autoridades do BC indicadas pela gestão anterior. O mandato de Campos Neto vai até dezembro deste ano.

Lula x Campos Neto

Hoje, Lula declarou que Campos Neto tem lado político e prejudica o país. "Só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante, é o comportamento do Banco Central", disparou Lula. "Essa é uma coisa desajustada", disse em entrevista a CBN.

O Copom está reduzindo a taxa básica de juros. No entanto, a redução não acontece na velocidade que Lula gostaria, o que tem causado atritos entre o presidente e Campos Neto. O BC reduziu os juros por sete vezes consecutivas. Para a reunião de amanhã, existe a expectativa de que o Copom suspenda os cortes e mantenha os juros no mesmo patamar atual, de 10,5% ao ano.

Campos Neto sinalizou que gostaria que juros fossem mais baixos. A declaração foi feita em evento realizado no Guarujá (SP) em 8 de junho. Apesar da vontade, o presidente do BC afirma que juros estruturais são altos, o que dificulta a redução da taxa. Campos Neto disse que a taxa de juros neutra é alta, na casa de 4,5% ao ano.

Esta taxa é a que não causa inflação e nem desinflação no país. Segundo ele, seria possível diminuir as taxas de juros no Brasil se este indicador de equilíbrio também fosse mais baixo. "É óbvio que a gente gostaria de ter a taxa de juros mais baixa possível. Mas a nossa taxa de juros estrutural é alta", afirmou Campos Neto.

Em outro momento, Campos Neto sinalizou aceitar um possível cargo de ministro da Fazenda caso Tarcísio vire presidente, segundo a Folha. O presidente do BC, entretanto, teria desaconselhado Tarcísio a se candidatar à Presidência em 2026, conforme reportagem da Folha de S. Paulo.

Campos Neto fica no cargo até o final do ano, mas há uma expectativa que um novo nome seja anunciado já nos próximos meses. Um dos cotados é o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, ex-número 2 de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda e indicado ao posto por Lula.

Outro lado: o UOL procurou a assessoria de imprensa do Banco Central e do governador Tarcísio de Freitas e aguarda um posicionamento sobre as falas.

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