Castro lamenta morte de policial, mas diz que operação na Maré foi cumprida
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse em entrevista que considera que a operação realizada no Complexo da Maré na terça-feira (11) "cumpriu todos os objetivos". A declaração foi dada para a CNN Brasil.
O que aconteceu
"Operação cumpriu o que se propunha", disse Castro. O governador considerou que a ação foi realizada corretamente, mas lamentou a morte de um policial militar no processo. "Não tem como dizer que uma operação em que um policial teve sua vida ceifada foi um sucesso", afirmou.
Governador afirmou que todos os policiais usaram câmeras corporais. Castro sinalizou que as imagens estão à disposição de órgãos públicos.
Castro rebateu denúncia do PSOL. Após o partido e a Defensoria Pública do RJ questionarem a violência da operação policial no Complexo da Maré, o governador afirmou que está tranquilo, e insinuou que o pedido faz parte da "politização" do assunto: "É a politização de quem quer tornar bandido como vítima e o policial como criminoso. Tudo foi respeitado, para desespero deles, que querem criminalizar a polícia. A polícia agiu 100% certo, e vamos responder com muita tranquilidade", afirmou.
Drogas e armas chegam por fronteiras, segundo Castro. "O Rio de Janeiro não produz armas e não produz drogas. Há uma entrada pelo Paraguai e outra pelo Norte/Nordeste. Tem que ter um trabalho mais efetivo nas fronteiras. A diplomacia brasileira tem que conversar com esses países, especialmente aqueles que tiram o monitoramento das armas quando chega neles", apontou o governador.
Três pessoas morreram em operação, sendo uma delas um policial. O agente do Bope Jorge Galdino Cruz, de 32 anos, morreu durante troca de tiros. Segundo a PM, os outros dois moradores morreram em confronto. As vítimas não tiveram os nomes divulgados.
Criminosos fecharam vias do Rio
A Avenida Brasil, a Linha Vermelha e a Linha Amarela, vias expressas importantes do Rio, foram interditadas pelos criminosos. A PM disse ter desobstruído os dois sentidos das vias.
Um ônibus foi incendiado na avenida Brasil na altura da Fiocruz. Segundo a PM, a ação foi organizada por um grupo criminoso.
Os policiais efetuaram a prisão de 18 suspeitos e apreenderam três pistolas, seis fuzis, materiais entorpecentes e veículos roubados foram recuperados. Agentes do Batalhão de Recom (Rondas Especiais e Controle de Multidão) e do BPVE (Batalhão de Polícia em Vias Expressas) foram deslocados para reforçar o policiamento na região.
Criminosos tentaram desmobilizar ação, diz PM
O Bope foi às ruas no Complexo da Maré em uma ação para combater uma quadrilha especializada em roubo de veículos e prender criminosos escondidos, disse a PM. A ação ocorreu na Vila dos Pinheiros, Vila do João, Timbau e Baixa do Sapateiro. A comunidade seria um dos principais destinos dos veículos roubados na capital, segundo a PM.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram intensa troca de tiros na região. Conforme o Instituto Fogo Cruzado, os primeiros disparos foram registrados por volta das 5h20 na Vila do João e na Vila dos Pinheiros.
A PM informou que reforçou o patrulhamento nas vias expressas bloqueadas pelos criminosos. Moradores também registraram maior presença de blindados nas ruas do Complexo da Maré. Operação envolveu agentes do 22º BPM (Maré), do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e da subsecretária de Inteligência.