Acampamento do MST é incendiado na PB; famílias dizem ter sofrido ameaças
Moradores de um acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) dizem que foram ameaçados de morte por quatro homens encapuzados que invadiram o local na noite de sábado (8), em Riachão de Santo Antônio, na Paraíba.
O que aconteceu
Sete barracos foram queimados durante a ação, disse a assessoria do movimento no estado. Os moradores do acampamento Canudos foram também teriam sido amarrados e ameaçados de morte. Segundo o movimento, o acampamento tem 10 anos e abriga 56 famílias que "reivindicam a desapropriação da fazenda Canudos, com uma área de cerca de 3 mil hectares, e que se encontra abandonada, improdutiva, não cumprindo sua função social".
Movimento diz que criminosos afirmaram ser policiais e que estavam no local "para fazer o bem". "Deixaram a gente assistir tudo nosso pegar fogo. Sensação horrível. Perdi tudo, né. E ainda ver minha filha desesperada chorando e eles dizendo que iam nos matar. Dá uma revolta muito grande. Minha força foi Deus. Mal eu tinha conseguido e eles destruíram tudo", disse o morador Wilian Alexandre.
Famílias conseguiram controlar o fogo. A Polícia Militar também foi acionada e procurou os suspeitos, mas ninguém foi preso.
Moradores de acampamento dizem que sofrem com ameaças de um funcionário de fazenda há dois anos. Esse homem teria dito, segundo algumas famílias, que colocaria fogo no acampamento e expulsaria todos dali. As famílias também disseram que no último dia 30, representantes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) da Paraíba e a coordenação estadual do MST compareceram ao local e realizaram cadastramento para identificar as famílias. Na mesma semana, o proprietário da fazenda teria comparecido ao espaço acompanhado de um possível comprador do imóvel, diz a assessoria do MST-PB.
Polícia Civil apura o caso
Polícia Civil da Paraíba diz que investigação do caso começou na manhã de domingo (9). O Instituto de Polícia Científica esteve no local para realizar coletas e exames periciais.
Vítimas e testemunhas já foram ouvidas na investigação. Entre as pessoas que conversaram com os agentes estão o administrador da propriedade onde o fato ocorreu. Ele não foi encontrado para pedido de posicionamento da reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
Polícia Civil diz que mais informações serão divulgadas "quando oportuno".
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