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Ucrânia receberá 30 caças F-16, avião de guerra mais vendido do mundo

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o primeiro-ministro belga Alexander De Croo e a ministra da Defesa belga Ludivine Dedonder ao lado de um F-16 enquanto se reúnem com instrutores na base aérea de Melsbroek, perto de Bruxelas, Bélgica, na última terça-feira (28) - Piroschka Van De Wouw/Reuters via RFI
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o primeiro-ministro belga Alexander De Croo e a ministra da Defesa belga Ludivine Dedonder ao lado de um F-16 enquanto se reúnem com instrutores na base aérea de Melsbroek, perto de Bruxelas, Bélgica, na última terça-feira (28) Imagem: Piroschka Van De Wouw/Reuters via RFI

Pierre Benazet, correspondente da RFI em Bruxelas*

01/06/2024 04h00

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky assinou um acordo de cooperação militar com a Bélgica na última terça-feira (28), em Bruxelas, que envolve a entrega de aeronaves F-16 à Ucrânia.

O acordo com os belgas tem um peso especial porque o jato de combate tem sido um elemento constante dos conflitos mundiais desde a Guerra do Golfo, na década de 1990. Desenvolvido nos anos de 1970, o avião da Lockheed Martin é o caça a jato mais vendido do mundo. Desde que entrou em serviço nos Estados Unidos em 1979, foi utilizado na maioria dos principais conflitos mundiais.

Trinta aeronaves F16 serão entregues à Ucrânia antes de 2028, e o acordo recém-assinado estipula que a Bélgica fará todo o possível para garantir que as primeiras entregas ocorram até o final de 2024. O presidente ucraniano disse anteriormente que tinha garantias de que receberia pelo menos um dos caças até dezembro.

Até agora, os belgas faziam parte da coalizão do F-16, que também inclui os dinamarqueses e os holandeses, mas estavam anteriormente envolvidos no treinamento de pilotos ucranianos.

Essa entrega de aeronaves pela Bélgica é possível devido ao fato de que ela participa do programa norte-americano para substituir os caças-bombardeiros F-16 por F-35 de quinta geração. Os Estados Unidos podem ter acelerado as entregas de F-35s à Bélgica, para que ela possa apoiar a Ucrânia.

Zelensky deve deixar a Bélgica em breve e seguir para Portugal para assinar um acordo semelhante. Nesse contexto, os acordos bilaterais progridem na ajuda à Ucrânia, ao mesmo tempo em que a Hungria continua a bloquear a ajuda militar conjunta dos 27 estados que compõem o bloco europeu.

Apelo a Joe Biden para encontro na Suíça

Segundo o acordo assinado em Bruxelas, os F-16s devem ser usados em território ucraniano, mas na União Europeia e na Otan o debate evolui para que as armas ocidentais entregues à Ucrânia possam ser usadas contra o território russo.

Volodymyr Zelensky também acusou o presidente russo de tentar atrapalhar a cúpula de paz planejada para Lucerna, na Suíça, em 15 e 16 de junho e pediu a presença de Joe Biden, argumentando que a ausência do presidente dos EUA na cúpula seria o mesmo que "aplaudir Vladimir Putin".

Cerca de 90 países já confirmaram presença

"Os países que estão evitando a cúpula estão satisfeitos com a guerra que assola a Ucrânia há mais de dois anos", continuou Zelensky, ao lado do primeiro-ministro belga Alexander De Croo. Ele também acusou o presidente russo de querer "inviabilizar" a próxima cúpula.

Ao mesmo tempo, o Kremlin considerou "absurdo" organizar a cúpula sem a participação russa.

Zelensky especificou que o acordo de assistência militar de "longo prazo" incluía a ajuda da Bélgica na forma de armas, munições e veículos blindados no valor de 977 milhões de euros somente para 2024.

O governo belga, que ainda está aguardando a entrega dos F-35s que encomendou para substituir gradualmente sua frota envelhecida de F-16s, disse que esperava ver a primeira entrega a Kiev "se possível antes do final do ano".

Na semana passada, o Ministério da Defesa belga vinculou a possibilidade de entrega dos F-16 a dois parâmetros: a entrega dos F-35 da fabricante norte-americana Lockheed Martin à força aérea belga e a entrega de peças sobressalentes para que os F-16 belgas, atualmente imobilizados para manutenção, voltem a operar.

A Ucrânia precisa de quatro vezes mais sistemas de defesa aérea e de "120 a 130" caças F-16 se quiser acabar com o domínio da Rússia nos céus, de acordo com o presidente ucraniano há 10 dias em uma entrevista à agência AFP.

*Com AFP.

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