Quem lidera corrida para prefeito de SP? Veja o que mostram novas pesquisas
Três pesquisas eleitorais sobre a eleição municipal em São Paulo foram divulgadas nesta semana com resultados divergentes. Duas mostram empate técnico entre o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e Guilherme Boulos (PSOL), enquanto outra mostra o deputado federal na liderança absoluta.
Datafolha
Levantamento divulgado na quarta-feira (29) mostra Boulos com 24% das intenções de voto, enquanto Nunes tem 23%. Como a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, os dois estão tecnicamente empatados.
Datena (PSDB), Tabata Amaral (PSB), Pablo Marçal (PRTB), Marina Helena (Novo) e Kim Kataguiri (União) aparecem embolados no segundo pelotão, com intenções entre 4% e 8%. Não é possível fazer comparações, já que levantamentos anteriores tinham uma lista diferente de pré-candidatos.
Caso Datena e Kim Kataguiri desistam, Nunes seria o principal beneficiado. Os eleitores deles migrariam principalmente para o atual prefeito, mostra outro cenário testado pelo instituto, mas não seriam suficientes para mudar o panorama. Nessa hipótese, Nunes tem 26%, contra 24% de Boulos —também um empate técnico.
Paraná Pesquisas
Levantamento divulgado também na quarta-feira traça um quadro parecido com o do Datafolha. Nunes tem 28,1%, contra 24,2% de Boulos. Como a margem de erro é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos, os dois estão tecnicamente empatados.
Sem Kim e Datena, Nunes fica em primeiro lugar. O instituto testou um cenário com apenas seis candidatos e, nele, Nunes teve 33,1% dos votos, contra 26,9% de Boulos.
A desistência do deputado federal e do apresentador não é improvável. Datena já ensaiou se candidatar quatro vezes, e o PSDB é o décimo partido ao qual ele se filiou desde 2015. Já a candidatura de Kim não tem o apoio do presidente do diretório paulista do União Brasil, o deputado estadual Milton Leite, aliado de Nunes.
AtlasIntel
Pesquisa mostrou cenário diferente dos demais institutos. Nessa, Boulos está isolado na liderança, com 37,2% das intenções de voto, contra 20,5% do atual prefeito. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
Instituto emprega uma metodologia diferente dos outros dois. O Datafolha e o Paraná Pesquisas fizeram entrevistas presenciais, enquanto a Atlas diz aplicar questionários a internautas geolocalizados.
Só o método não explica a diferença dos outros institutos, disse Claudio Couto, cientista político e professor da FGV. "Quando olhamos o histórico recente da Atlas, vemos que, na verdade, é bastante positivo. O instituto esteve bem colocado na eleição presidencial, em várias eleições para o Senado, para governador", avaliou. "A rigor, a metodologia não precisaria necessariamente dar tanta distância, mas chama a atenção essa disparidade toda".
'Entrada de novos candidatos não muda protagonismo de Nunes e Boulos'
As pesquisas desta semana mostram Nunes e Boulos "praticamente estacionários" competindo pela liderança. É o mesmo que cenário mostrados pelos levantamentos anteriores, disse Couto.
Para ele, o interessante é a distribuição dos demais concorrentes. "Você tem Tabata, Datena e Pablo Marçal em seguida, nas três pesquisas", disse. "Os dois que entraram de última hora [Datena e Marçal] já são bastante conhecidos, o que talvez explique começarem com tanta força".
Datena e Marçal têm potencial para tirar votos do atual prefeito. "Os dois candidatos têm uma afinidade maior com um certo perfil conservador", afirmou. "É natural que os eleitores do campo bolsonarista, que o Nunes está tentando atrair, possam migrar rapidamente com a entrada de candidatos como esses".