Mudança climática ameaça hospitais em terrenos baixos no Caribe, diz ONU
(Reuters) - Dezenas de milhões de pessoas que vivem em áreas costeiras do Caribe e da América Latina enfrentam riscos iminentes para a saúde e para a infraestrutura essencial, à medida que a mudança climática provoca eventos climáticos mais severos, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta terça-feira.
De acordo com o relatório da agência da ONU para a saúde sexual e reprodutiva (UNFPA), cerca de 41 milhões de pessoas — 6% de todas as pessoas que vivem na região — vivem em áreas costeiras baixas com risco de tempestades, inundações e furacões.
Somente no Caribe, isso representa cerca de 17% da população.
"Por trás da nossa modelagem de populações costeiras expostas estão milhões de pessoas — incluindo mulheres e meninas afrodescendentes e indígenas pobres e vulneráveis — que são as menos responsáveis pela crise climática, mas estão pagando um preço alto no que diz respeito à sua saúde e direitos sexuais e reprodutivos", disse a diretora executiva da agência, Natalia Kanem.
"A mudança climática não é neutra em termos de gênero e exacerba as desigualdades existentes", afirmou.
O relatório identificou mais de 1.400 hospitais importantes localizados em áreas costeiras de baixa altitude, usando imagens de satélite e estimativas populacionais para identificar as comunidades de maior risco.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA alertou para uma temporada de furacões no Atlântico altamente ativa a partir de junho, devido às águas oceânicas mais quentes combinadas com os efeitos do fenômeno climático La Niña.
(Por Sarah Morland)
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