Quem é a stalker que cadastrou 2.000 números de telefone pra seguir médico
A mulher presa por passar cinco anos perseguindo um médico e a família dele em Ituiutaba, Minas Gerais, se apresenta nas redes sociais como artista e modelo.
Quem é Kawara Welch
Kawara Welch Ramos de Medeiros tem 23 anos e se apresenta nas redes sociais como artista plástica e modelo. A jovem cursava nutrição em uma universidade em Uberlândia, Minas Gerais.
Primeira publicação no Instagram foi feita em abril de 2015. Na rede social, ela costuma compartilhar selfies, fotografias feitas em ensaios, momentos em família e amigos, e também seus quadros.
A maioria dos quadros compartilhados por Kawara retrata paisagens e flores. Alguns deles, porém, trazem ilustrações de corações humanos. Outra obra, chamada por ela de "Nas asas da justiça", retrata uma mulher com os cabelos castanhos e longos, asas, vendada, segurando uma espada e uma balança.
Desde a divulgação do caso, Kawara vem ganhando seguidores. Até o momento, seu perfil no Instagram tem quase oito mil seguidores.
O que aconteceu
Kawara Welch era paciente de um médico que atendia na cidade de Ituiutaba, Minas Gerais. Ela começou a perseguí-lo em 2019, dizendo que estava apaixonada pelo profissional.
Após ser retirada da lista de pacientes do médico devido às perseguições, as ameaças se intensificaram. Ela continuou a enviar mensagens, fazer ligações e perseguir familiares do médico.
Além das ligações, Kawara enviou 1.300 mensagens. Ela também cadastrou mais de 2.000 números de telefone após ser bloqueada sucessivamente pelo médico. A artista plástica tentava contato de inúmeras formas. Ela enviava emails, perseguia na rua, ia até o local de trabalho da vítima e até na casa dele.
O médico e a esposa dele registraram aproximadamente 30 boletins de ocorrência por ameaça, perturbação do sossego, lesão corporal e extorsão. Apesar disso, o mandado de prisão foi expedido pela Justiça após a mulher roubar o celular da esposa do médico.
A autora já havia sido detida em flagrante em duas ocasiões anteriores por ameaça, extorsão e furto qualificado. Ela foi solta pela Justiça com a imposição de medidas cautelares que ela posteriormente violou. Kawara estava foragida desde março do ano passado.
Prisão aconteceu na última na quarta-feira na universidade onde ela estudava nutrição. A prisão foi realizada pela Delegacia de Homicídios de Uberlândia, que apreendeu dois celulares com a mulher no momento da prisão. Ela foi levada para a Delegacia de Plantão de Uberlândia e, em seguida, para a ala feminina da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga.
Defesa de Kawara alega relacionamento com o médico. O advogado afirma que havia um relacionamento amoroso entre os dois. "Essa situação é comprovada por prints, provas testemunhais, que nunca foram valoradas corretamente pelo poder judiciário e pela autoridade policial", garante Jean Fillipe Alves da Rocha.