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iPad Pro ganha chip focado em IA; mas ele consegue substituir um notebook?

do UOL

Do Guia de Compras UOL, em Nova York

14/05/2024 08h00Atualizada em 14/05/2024 09h31

O novo iPad Pro, lançado no último dia 7, é o primeiro dispositivo da Apple a funcionar com o processador M4, altamente avançado e criado com foco em rodar aplicações com inteligência artificial (IA), com capacidade para executar 38 trilhões de operações por segundo. O tablet, que não recebia atualização desde 2022, custa a partir de R$ 12.299.

A tendência é que os notebooks da empresa usem esse novo chip ao longo de 2024, mas ainda não existem prazos oficiais. Diante disso, duas das perguntas que ficam é: por que colocar um poder de processamento da IA tão grande num tablet no lugar de um computador? O iPad está mais perto de substituir um computador?

O UOL conversou com funcionários da companhia envolvidos no desenvolvimento do novo tablet e do processador M4, e destaca a seguir explicações dadas pela Apple sobre essas e outras dúvidas. O portal foi o único site jornalístico brasileiro a participar do lançamento nos Estados Unidos.

Por uma regra da empresa, não podemos citar o nome dos colaboradores e nem identificar os seus respectivos cargos. Segundo a Apple, eles preferem destacar as tecnologias envolvidas no produto e/ou nos sistemas, e não os cargos dos profissionais.

Por que demorou para ter um novo iPad Pro?

A resposta está ligada ao desenvolvimento do chip M4. Sem ele, o iPad Pro 2024 não poderia existir, afirmou um dos representantes. Isso porque o tablet utiliza uma tecnologia nova de tela, com dois painéis Oled funcionando de forma integrada para permitir um nível de brilho, nitidez e contraste ainda maior.

"Temos um conjunto específico de critérios e não poderíamos alcançá-lo até que pudéssemos criar essa tela. O problema era que nenhum chip no planeta poderia controlá-la. Por isso foi preciso toda essa energia, tempo e tudo para se encaixar", afirmou.

"Um único painel Oled não poderia produzir o brilho que desejávamos. Então o que fizemos foi criar um design novo e inovador em que existem dois painéis, um em cima do outro", acrescentou.

Para se ter uma ideia de comparação, o iPad Pro com tela de 13 polegadas deste ano trabalha com um brilho máximo de SDR (Standard Dynamic Range; alcance dinâmico padrão) em vídeos de 1.000 nits (medida de luminescência) - quanto maior este número, mais brilho na tela. Os painéis Oled se combinam para produzir essa taxa de luminosidade.

O novo iPad Air de 13 polegadas, também lançado na semana passada, tem um brilho de SDR máximo de 600 nits.

Por que usar chip focado em IA num tablet?

De acordo com a Apple, a estratégia da empresa não é segurar um avanço tecnológico para colocar num produto específico e nem seguir um calendário rigoroso de lançamentos. Se é possível fazer melhorias substanciais, elas são feitas e lançadas.

"Para que vocês saibam, não passou despercebido que não atualizamos os iPads durante meses. Se tivéssemos um calendário rigoroso, então teríamos feito [bem antes o lançamento dele]", destacou o profissional.

O início do desenvolvimento dos produtos, disse ele, começa basicamente pelo design, pelo formato. E então segue-se para o planejamento do que será preciso criá-lo e torná-lo viável.

"Vimos o design do iPad Pro [que é bem fino e leve] há alguns anos, quando começamos a trabalhar no M4.E isso nos surpreendeu. Como vamos fazer isso? Como vamos oferecer o excelente desempenho que precisamos para os usuários no iPad? Um dos principais desafios foi habilitar esse novo display", afirmou um outro funcionário.

Uma vez que um processador novo permitiu que a tela do iPad Pro ficasse como os engenheiros da empresa queriam, decidiu-se que o produto podia ser lançado.

"Para o M4, contamos com a segunda geração da tecnologia de três nanômetros porque precisávamos daquela computação extra com eficiência energética para poder habilitar este painel, bem como aquela estrutura fina e leve", acrescentou.

iPad Pro é melhor do que um computador?

A partir do chip M4, o iPad Pro ganhou poder de processamento superior a vários modelos de notebook, inclusive ao de gerações anteriores do Macbook da própria Apple. O lançamento de um novo teclado Magic Keyboard, com novos botões e trackpad maior (para ações que um mouse faz), também tornaram o uso do tablet mais próximo ao de um laptop.

E uma pergunta que permaneceu foi: por que uma pessoa investirá tanto num tablet se um notebook permite fazer a maioria das tarefas do dia a dia e profissionais?

Segundo a Apple, o objetivo é dar aos consumidores poder de escolha, e isso não envolve excluir um produto ou outro. É possível usar os dois para diferentes demandas - logo, ela não desenvolveu o tablet como substituto do notebook.

A companhia destacou ainda que o iPad foi projetado para ser um dispositivo cuja a entrada principal é o toque na tela. É como uma "folha de vidro mágica" para várias ações. Para criadores de conteúdo e artistas, por exemplo, o melhor aparelho é o iPad, pois podem utilizar o Apple Pencil (lápis inteligente).

Já o MacBook foi desenvolvido para uma interação indireta e com possibilidade de expansão (como memória e outros componentes). Ele será melhor para quem escreve muito código e faz toda uma parte de aprendizado de máquina (definindo padrões para a inteligência artificial aprender), afirmou um dos profissionais entrevistados.

"Há muita sobreposição de funcionalidade entre os dois, mas que pretendemos com o iPad é diferente do Mac. E não estamos tentando fazê-los convergir e formar um só. Acreditamos que eles são [dispositivos] separados", destacou. "Queremos oferecer aos nossos clientes opções de escolha e produtos significativos."

O M4 estará nos futuros computadores?

Não há nada oficial sobre o uso do processador M4 nas linhas de computadores da Apple. Mas é provável que aconteça ao longo deste ano.

Isso porque é o que costuma acontecer a cada geração de chips da marca. Além disso, um dos representantes da empresa explicou que sua equipe constrói chips para toda a gama de produtos da marca, sempre pensando em aumentar a eficiência. É uma estratégia comum dentro da companhia.

"Sempre temos em mente a escalabilidade. Quando pensamos em construir [um chip], queremos ter certeza de que o blocos de construção serão úteis em toda a gama de produtos. Então pensamos, por exemplo, em como o Mac aproveitará as vantagens desta GPU [Unidade de Processamento Gráfico]? Como o telefone aproveita o mecanismo neural [inteligência artificial]?", detalhou.

"Então algo que aparece no telefone, talvez esteja no chip do Mac Studio. Queremos que as equipes de software vejam isso como algo familiar", completou.

Enquanto os novos produtos ainda não chegam no Brasil, você pode aproveitar ofertas dos modelos anteriores:

*A jornalista viajou a convite da Apple.

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@guiadecompras_uol ?O Apple Pencil Pro é o novo dispositivo da Apple para escrever, desenhar e acionar comandos na tela iPad. O lápis inteligente (ou caneta, como alguns o chamam) tem um sensor que reconhece o movimento de apertar dos dedos. Com isso, o usuário pode alternar, por exemplo, a espessura da linha que irá desenhar. Confira a reportagem completa no Guia de Compras UOL, link na bio. #apple #applepencil #applepro #appleipad #TikTokMadeMeBult #review #techtok #technology #guiadecomprasUOL ? som original - Guia de Compras UOL

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