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De Quintana a Drummond: 7 poemas para enviar ou recitar no Dia das Mães

No Brasil, o Dia das Mães é celebrado sempre no segundo domingo de maio - Reprodução
No Brasil, o Dia das Mães é celebrado sempre no segundo domingo de maio Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

12/05/2024 04h00

O Brasil celebra o Dia das Mães neste domingo, 12 de maio. Para colocar em palavras sentimentos de gratidão e amor, selecionamos sete poemas escritos por grandes poetas para homenagear as matriarcas.

Para Sempre, Carlos Drummond de Andrade

Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?

Mãe não tem limite,

é tempo sem hora,

luz que não apaga

quando sopra o vento

e chuva desaba,

veludo escondido

na pele enrugada,

água pura, ar puro,

puro pensamento.

Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,

é eternidade.

Por que Deus se lembra

- mistério profundo -

de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,

baixava uma lei:

Mãe não morre nunca,

mãe ficará sempre

junto de seu filho

e ele, velho embora,

será pequenino

feito grão de milho.

Mãe, Mario Quintana

Mãe... São três letras apenas

As desse nome bendito;

Também o céu tem três letras

E nelas cabe o infinito.

Para louvar nossa mãe,

Todo o bem que se disser

Nunca há de ser tão grande

Como o bem que ela nos quer.

Palavra tão pequenina,

Bem sabem os lábios meus

Que és do tamanho do céu

E apenas menor que Deus!

Minha mãe, Vinicius de Moraes

Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo

Tenho medo da vida, minha mãe.

Canta a doce cantiga que cantavas

Quando eu corria doido ao teu regaço

Com medo dos fantasmas do telhado.

Nina o meu sono cheio de inquietude

Batendo de levinho no meu braço

Que estou com muito medo, minha mãe.

Repousa a luz amiga dos teus olhos

Nos meus olhos sem luz e sem repouso

Dize à dor que me espera eternamente

Para ir embora. Expulsa a angústia imensa

Do meu ser que não quer e que não pode

Dá-me um beijo na fronte dolorida

Que ela arde de febre, minha mãe.

Aninha-me em teu colo como outrora

Dize-me bem baixo assim: — Filho, não temas

Dorme em sossego, que tua mãe não dorme.

Dorme. Os que de há muito te esperavam

Cansados já se foram para longe.

Perto de ti está tua mãezinha

Teu irmão, que o estudo adormeceu

Tuas irmãs pisando de levinho

Para não despertar o sono teu.

Dorme, meu filho, dorme no meu peito

Sonha a felicidade. Velo eu.

Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo

Me apavora a renúncia. Dize que eu fique

Dize que eu parta, ó mãe, para a saudade.

Afugenta este espaço que me prende

Afugenta o infinito que me chama

Que eu estou com muito medo, minha mãe.

Mãe, Sérgio Capparelli

De patins, de bicicleta,

de carro, moto, avião

nas asas da borboleta

e nos olhos do gavião

de barco, de velocípedes

a cavalo num trovão

nas cores do arco-íris

no rugido de um leão

na graça de um golfinho

e no germinar do grão

teu nome eu trago, mãe,

na palma da minha mão

Querida mamãe, José Guilherme Filho

Tu que nos guardaste em teu ventre aquecido e do mundo fomos protegidos...

Tu que nos trouxeste para a vida, o que mais poderíamos querer?

Nos deste um cantinho dentro de ti e já crescidinhos nascemos para te conhecer...

Em teus braços fomos acalentados com teu amor e dedicação.

Nosso coração por ti, todos os dias acariciado...

Te conhecer por fora é só uma forma de nos fortalecer para o mundo, mas o que há de mais profundo vem do teu íntimo Ser...

Oh! Maravilhosa Criatura... Nascida do Amor Divino

que nos ampara a todos os momentos de nosso Viver!

O que mais poderíamos querer?

Rogar com todas as forças que Deus abençoe a todas as mães e se nem sempre ao nosso lado podemos te ter até tua lembrança nos faz reviver... que maravilha...

Você nunca estará sozinha, querida mamãe!

Ser mãe, Coelho Neto

Ser mãe é desdobrar fibra por fibra

o coração! Ser mãe é ter no alheio

lábio que suga, o pedestal do seio,

onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.

Ser mãe é ser um anjo que se libra

sobre um berço dormindo! É ser anseio,

é ser temeridade, é ser receio,

é ser força que os males equilibra!

Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,

espelho em que se mira afortunada,

Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!

Ser mãe é andar chorando num sorriso!

Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!

Ser mãe é padecer num paraíso!

A força de uma mãe, Bráulio Bessa

A força de um coração

que bate só pra amar

que pode nos acalmar

num simples toque de mão.

A força da proteção

daquele abraço bem quente

que planta e rega a semente

de um amor puro e profundo.

A maior força do mundo

é o amor que uma mãe sente.

A força de quem sorri

mesmo quando quer chorar.

Que escolhe se machucar

pro mundo não nos ferir.

Que nem pensa em desistir

não importa o que se enfrente

ela estende a mão pra gente

até no poço mais fundo.

A maior força do mundo

é o amor que uma mãe sente.

Forte?

Forte é quem se reparte

e mesmo sem se quebrar

tem que se multiplicar.

Não é cálculo, é arte.

Quem te acha em qualquer parte,

quem é sempre mais valente,

o amor mais insistente,

mais disposto e mais fecundo.

A maior força do mundo

é o amor que uma mãe sente.

Se preciso, passa fome

pra nos dar o que comer.

Quem nos ensina a crescer

sem dinheiro ou sobrenome.

O que se aprende não some,

lhe faz alguém consciente,

e forte interiormente.

Por isso não me confundo.

A maior força do mundo

é o amor que uma mãe sente.

É preciso ser tão forte

pra dizer "não" por amor

pra sentir na pele a dor

quando a gente sofre um corte.

Mais forte que a própria morte,

mãe é forte eternamente

no coração e na mente

ninguém esquece um segundo.

A maior força do mundo

é o amor que uma mãe sente.

É a força do cuidado,

do perdão, da paciência,

força da alma, do corpo,

do suor, da resistência,

a força de curar tudo

sem precisar de ciência.

É a força de ser única

e nunca nos deixar só,

da presença até ausente,

a força de ser maior,

a força doce de um laço

e a segurança de um nó.

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