A Chevrolet Spin é um modelo presente no nosso mercado há 12 anos e campeão de fidelidade da marca, com 70% de proprietários que apenas 'atualizam' o que têm na garagem, trocando uma versão mais antiga pela mais atual. Para minha alegria, a GM acaba de tirar do forno o modelo 2025 com seu terceiro desenho de carroceria, e mais uma vez com melhorias no desempenho e consumo.
A insistência em manter o modelo na mesma geração por tanto tempo mostra uma curiosidade: ao lado do Hyundai HB20, ambos são os únicos carros na mesma geração desde 2012. A convite da Chevrolet, estive no evento de lançamento e conto abaixo qual o segredo do sucesso deste carro há tantos anos.
Versatilidade
Por muitos anos, foi o carro com sete lugares mais barato do Brasil. Poucos foram os concorrentes diretos com essa capacidade, como os saudosos Nissan Grand Livina e Fiat Doblò, e agora o novíssimo Citroën C3 Aircross.
Há quem diga que os sete lugares são falsos, já que a terceira fileira é apertada, mas na prática é ideal para crianças, ou até adultos em curtos trajetos. Fato é que leva sete pessoas e poucos fazem isso. Para quem não precisa de tanto assento, as versões cinco lugares são campeão no volume de porta-malas, fazendo inveja para qualquer SUV.
Simplicidade
A mais simples das oficinas mecânicas vai conseguir atender o cliente de um Spin, pois ao abrir o capô encontrará o mesmo motor presente há 30 anos na Chevrolet, o famoso Família 1. Ok, não é exatamente o mesmo, foram muitas melhorias ao longo das décadas, mas é basicamente o mesmo projeto.
Com isso algumas manutenções são as mesmas, como troca de correia dentada, de velas e etc. No Spin, não existem variadores de fase, duplo comando de válvulas, turbo ou injeção direta. É um motorzão "arroz com feijão", com torque de 17,7 kgfm e potência de 111 cv quando abastecido com álcool.
É o suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em 11 segundos, ótimo para a proposta do modelo. A simplicidade é garantia de durabilidade, por isso são tão requisitados pelos taxistas.
Baixo custo de manutenção
Enquanto modelos mais modernos e complexos assustam seus donos na hora da manutenção, o Spin é barato de se manter. Preserva conceitos de suspensões consagradas, como McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, com componentes de fácil revisão.
Os freios a tambor na traseira também são amigos do bolso, já que duram muito mais que discos e pastilhas. O motor é tranquilo de se manter e os câmbios, tanto o manual como o automático, são robustos e de baixa manutenção.
Atenção com o consumidor
O primeiro Spin, com fama de gastão, tinha autonomia de 517 km. A Chevrolet escutou as reclamações e recalibrou no modelo 2017, que passou a ter autonomia de 572 km. Nesse novo modelo 2025, a promessa é de 618 km de autonomia, sempre com a mesma capacidade do tanque, ou seja, melhoraram significativamente o consumo do modelo.
Outra reclamação era da fileira central fixa, um atraso em relação a sua antecessora, a Zafira. Pois no modelo 2019 a Chevrolet colocou trilhos nessa fileira, o que permitiu que os passageiros pudessem "negociar" melhor o espaço interno.
Por fim, faltavam equipamentos de segurança, tão pedidos nos dias de hoje. Nesse modelo 2025, a Chevrolet caprichou e agora todas as versões são equipadas com seis airbags, controles de estabilidade e tração e cintos dianteiros com pré-tensionador.
Já a versão mais cara, a Premier, foi recheada dos famosos alertas para os desatentos: colisão, saída de faixa, ponto cego e frenagem automática de emergência.
Essa atenção em ouvir o consumidor fez com que o Spin evoluísse sem perder sua essência, e não tenho dúvidas que continuará com sua importante fatia no mercado.
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