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Energia renovável cresce rápido, enquanto a nuclear deve bater recorde em 2025, afirma AIE

São Paulo

24/01/2024 07h32

A Agência Internacional de Energia (AIE) afirma que as fontes limpas de energia devem cobrir toda a demanda adicional do mundo por eletricidade ao longo dos próximos três anos. Em relatório, a entidade destaca o rápido crescimento das energias renováveis, além de mencionar que a energia nuclear deve atingir recorde histórico no próximo ano.

Diante desse movimento, a geração de energia de baixa emissão superará o "crescimento robusto na demanda por eletricidade", projeta a AIE. Ela diz que a demanda global por eletricidade deve crescer a um ritmo mais rápido nos próximos três anos, conforme a transição para energias limpas ganha impulso, com toda a projeção adicional de demanda coberta por tecnologias que produzem eletricidade com baixa emissão, mostra o relatório Eletricidade 2024, o mais recente das análises da AIE sobre esse mercado, com projeções para o setor até 2026.

O relatório conclui que, embora o crescimento global na demanda por eletricidade tenha desacelerado um pouco, a 2,2% em 2023, com menor consumo nas economias avançadas, ele deve acelerar a uma alta projetada de 3,4% de 2024 a 2026. Cerca de 85% da alta na demanda por eletricidade global até 2026 deve vir de fora das economias avançadas, aponta a AIE, sobretudo de China, Índia e países do Sudeste Asiático.

A AIE acredita que o recorde na geração de eletricidade de fontes de baixas emissões, como as renováveis, entre elas a solar, a eólica e a hidrelétrica, bem como a energia nuclear, devem reduzir o papel dos combustíveis fósseis para gerar energia a famílias e empresas. "As fontes de baixa emissão devem representar quase a metade da geração de eletricidade global até 2026, de um parcela de pouco menos de 40% em 2023", afirma a entidade.

As energias renováveis devem ser responsáveis por mais de um terço da geração total de eletricidade até o início de 2025, superando o carvão, diz a AIE. Até 2025, a geração de energia nuclear deve atingir máxima histórica global, com crescimento da produção na França, várias usinas de volta ao trabalho no Japão e novos reatores começando operações comerciais em muitos mercados, entre eles China, Índia, Coreia do Sul e pela Europa.

Diretor executivo da AIE, Fatih Birol aponta que o setor de energia hoje produz mais emissões de gás carbônico que qualquer outro na economia global. Nesse quadro, são "encorajadores" o rápido crescimento das energias renováveis e a forte expansão da energia nuclear, para atender ao crescimento na demanda global por eletricidade nos próximos três anos, afirma ele. Birol diz que é preciso haver mais progresso nessa frente, mas vê "muitas tendências promissoras".

A AIE ainda comenta que, em geral, os preços de energia estavam mais baixos em 2023 do que em 2022. As tendências, porém, variavam muito entre as regiões, afetando a competitividade das economias, acrescenta. Os preços da eletricidade no atacado na Europa recuaram mais de 50% na média em 2023, após o recorde de 2022 diante da invasão da Rússia na Ucrânia. Nos Estados Unidos, por sua vez, os preços da eletricidade estavam 15% mais caros em 2023, na comparação com 2019.

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