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Justiça mantém prisão de cubano suspeito de matar galerista no Rio

O cubano Alejandro Triana Prevez, suspeito de matar o galerista norte-americano Bren Sikkema - Reprodução/Redes Sociais
O cubano Alejandro Triana Prevez, suspeito de matar o galerista norte-americano Bren Sikkema Imagem: Reprodução/Redes Sociais
do UOL

Do UOL, em São Paulo

21/01/2024 18h42Atualizada em 21/01/2024 21h30

A Justiça do Rio de Janeiro manteve neste domingo (21) a prisão do cubano Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, suspeito de matar o galerista norte-americano Brent Sikkema. O suspeito nega ter relação com o crime e diz que sequer conhecia a vítima.

O que aconteceu

Suspeito foi preso na quinta-feira (18). Ele tinha um mandado de prisão em aberto e foi detido entre as cidades mineiras de Uberaba e Uberlândia. Depois, foi transferido ao Rio. A audiência de custódia, para saber se houve irregularidades na prisão do cubano, ocorreu neste domingo (21).

Cubano diz que foi agredido por policiais ao ser detido. Alejandro alegou à justiça do Rio de Janeiro que foi agredido com golpes no braço e no pescoço por policiais rodoviários e agentes da Polícia Especializada ao ser preso em Minas Gerais.

Não há testemunhas das agressões, diz cubano. O suspeito ainda comentou que as agressões ocorreram em um posto de gasolina e informou as características de um dos supostos agressores, que teria o conduzido para a delegacia em Minas Gerais. Alejandro disse ter ficado com marca das agressões e narrou o caso na primeira audiência de custódia, em MG. Ele ainda afirmou que fez exame de corpo de delito no estado.

Suspeito deverá passar por novo exame de corpo de delito. A juíza Priscilla Macuco Ferreira apontou que a informação do exame realizado pelo cubano em Minas Gerais não consta nos autos do processo e determinou que ele faça novos exames no Instituto Médico Legal. Os autos do processo também deverão ser compartilhados com o Consulado de Cuba e uma auditoria militar, decidiu a magistrada.

A reportagem tenta contato com a Defensoria Pública, responsável pela defesa de Alejandro na audiência de custódia. A matéria será atualizada tão logo haja manifestação.

Suspeito nega o crime

Suspeito disse "não" ao ser questionado se matou galerista. Ao chegar na delegacia na noite de sexta-feira (19), em resposta a jornalistas, Alejandro também respondeu "não" ao ser perguntado se conhecia o galerista. Um vídeo com as respostas dadas após deixar a viatura escoltado por policiais foi veiculado pelo jornal O Globo.

"Me culparam. Porque não sei nada o que está acontecendo", diz suspeito. O homem também foi questionado se foi encontrado sangue no carro e na casa ele, mas respondeu: "Não fiz nada. Eu não sei".

A polícia acredita que Alejandro conhecia vítima, tendo encontrado o norte-americano em meados de 2023.

O que se sabe sobre o caso?

Brent, 75, foi morto com arma branca dentro da própria casa. O galerista foi encontrado na última segunda-feira (15) com 18 facadas no rosto e tórax.

Vídeo de câmera de segurança mostrou suspeito saindo da casa da vítima. O homem foi gravado deixando o local e tirando luvas, que teriam sido utilizadas no assassinato. A suspeita da polícia é de que ele tenha contado com ajuda de comparsas, pois teria passado mais de 12 horas de campana na frente da casa. Depois, teria deixado o local com reais e dólares.

Sócio proprietário da galeria da Sikkema Jenkins & Co, Brent G. Sikkema - Reprodução/@ brentsikkema - Reprodução/@ brentsikkema
Sócio proprietário da galeria da Sikkema Jenkins & Co, Brent G. Sikkema
Imagem: Reprodução/@ brentsikkema

O cubano mora em São Paulo há um ano e meio e teria ido ao Rio de Janeiro somente para cometer o crime, acredita a polícia. Depois, de acordo com o delegado responsável pelo caso, Alexandre Herdy, voltou a SP, se desfez do carro usado no Rio, e comprou um veículo novo para fugir. Alejandro não teria parentes no Brasil.

Polícia acredita que o crime foi premeditado. "Foi uma ação premeditada e cruel. Ele esperou o melhor momento para entrar na casa da vítima. Não arrombou a porta. Ficou 15 minutos lá", afirmou o delegado Felipe Curi.

Agora, crime está sendo investigado pela polícia como latrocínio — roubo seguido de morte. O suspeito do crime roubou entre US$ 30 mil e US$ 40 mil (equivalente a R$ 197 mil), e mais R$ 30 mil. O homem também roubou joias e outros objetos da casa do galerista, segundo a polícia.

Brent tinha comprado um imóvel novo no Leblon, e usaria esse dinheiro em espécie para mobiliar a nova casa. Segundo a polícia, por isso ele tinha alta quantia em casa.

Polícia também vai investigar possível relação de crime com o ex-marido de Brent. O delegado Herdy disse que a polícia obteve a informação de que o suspeito preso conhecia o ex-marido da vítima, Daniel Carrera — que é cubano e mora em Nova York com o filho de 13 anos dele com Brent. "Sabendo que o autor preso também é cubano, obtivemos a informação de que o suspeito também conhecia o ex-marido da vítima. (...) Agora é concentrar no esforço de ouvir [Daniel, ex-marido de Brent], trazê-lo para cá primeiro, para que ele chegue aqui, seja ouvido. É uma diligência importante, resta saber como executar", disse o delegado, em coletiva de imprensa na quinta-feira (18).

Galerista e ex-marido passavam por uma separação conturbada, com brigas por divórcio milionário e pelo filho, mostrou o jornal Folha de S. Paulo.

Suspeito é flagrado saindo da residência da vítima, tirando luvas e guardando-as no bolso da calça - Reprodução/Gabriel - Reprodução/Gabriel
Suspeito é flagrado saindo da residência da vítima, tirando luvas e guardando-as no bolso da calça
Imagem: Reprodução/Gabriel

*Com Estadão Conteúdo

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