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Vereador diz ter votos para CPI que mira padre; base aliada já não vê clima

Rubinho Nunes (União) protocolou requerimento para criar CPI que mira padre Julio Lancellotti - Montagem UOL
Rubinho Nunes (União) protocolou requerimento para criar CPI que mira padre Julio Lancellotti Imagem: Montagem UOL
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Do UOL, em São Paulo e em Brasília

05/01/2024 19h49Atualizada em 05/01/2024 22h07

O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União) afirma que tem o número de votos suficientes para conseguir aprovar a abertura da CPI que mira o padre Julio Lancellotti.

O que aconteceu

"O número de 28 vereadores é baixo e temos esse apoio", disse Rubinho ao UOL. Para que a CPI seja aberta, precisa passar pelo plenário com 28 votos a favor.

Sete políticos anunciaram que vão retirar seus apoios. Isso ocorreu após a repercussão de que a CPI poderia atingir o padre.

Inicialmente, a CPI visa investigar ONGs que atuam na Cracolândia. Após protocolar o pedido, Rubinho afirmou que vai mirar também no padre Julio — o que não está especificado no texto do requerimento.

Na base aliada, que apoia o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o sentimento é de que não há clima para instalação da CPI. A impressão geral é que a forma como o processo foi conduzido (com alarde em torno da figura do padre Julio) atrapalhou, ainda que a investigação sobre as ONGs fosse válida.

Vereadores dizem acreditar que colégio de líderes vai barrar o avanço do pedido. Caso isso aconteça, o requerimento não deve ir a votação na Câmara.

"Todos sabiam do conteúdo", diz Rubinho, sobre o requerimento para abertura de CPI. Ele frisa que, uma vez incluídas, assinaturas não podem ser retiradas do documento — embora admita que "dois ou três" vereadores que assinaram já lhe informaram que não devem apoiar a criação da comissão.

O requerimento foi protocolado no ano passado com mais de 19 assinaturas, o mínimo previsto segundo o regimento interno. O texto agora deve ser analisado pelo colégio de líderes, que retoma as atividades após o recesso legislativo; só depois é que vai ao plenário.

A Câmara retoma atividades em fevereiro. A primeira reunião do colégio de líderes acontece no dia 6.

Retirada de apoio é simbólica, mas dificulta avanço

Requerimento já foi protocolado, e anunciar retirada da assinatura é apenas simbólico. Apesar de ao menos sete vereadores terem mudado de opinião sobre a CPI, não há efeito prático até o momento.

Os vereadores que divulgaram a retirada do apoio são:

  • Milton Ferreira (Podemos);
  • Beto do Social (PSDB);
  • Sidney Cruz (Solidariedade);
  • Nunes Peixeiro (MDB);
  • Thammy Miranda (PL);
  • Xexéu Tripoli (PSDB);
  • e Sandra Tadeu (União Brasil).

O recuo significa que esses parlamentares não devem dar voto favorável à criação da comissão no plenário, caso o texto chegue até lá. A decisão da proposta avançar depende da vontade política dos líderes de partidos e do presidente da Casa, o vereador Milton Leite (União).

A tendência é que a proposta fique na fila, assim como outras CPIs já protocoladas para este ano. A Casa vai escolher três comissões para iniciar os trabalhos no primeiro semestre de 2024.

O que dizem os envolvidos

Esclareço que não pertenço a nenhuma organização da sociedade civil ou organização não governamental que utilize de convênio com o poder público municipal.
Padre Julio Lancellotti, em nota divulgada nas redes sociais

Fui o primeiro a retirar o apoio ao requerimento, pela questão do padre Julio. Não assinei com o objetivo de que ele fosse um dos alvos da investigação.
Sidney Cruz (Solidariedade), vereador da base aliada

Se o requerimento for a votação, será um vexame para a Câmara.
Eliseu Gabriel (PSB), vereador da oposição

Com relação à CPI do vereador Rubinho Nunes, fui enganado, pois assinei para uma CPI sobre ONGs, não especificamente sobre o Padre Julio Lancellotti.
Beto do Social (PSDB), vereador da base aliada

Entendo que o escopo da CPI requerida é propor uma investigação sobre as ONGs que trabalham na Cracolândia. Não tenho dúvida, que, se for o caso, elas provarão isso durante os trabalhos da CPI de forma colaborativa, e não como investigadas.
Rodrigo Goulart (PSD), vereador da base aliada

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