O que é a síndrome de Guillain Barré
O Ministério da Saúde peruano anunciou no sábado que 182 casos da síndrome foram registrados no país desde janeiro, além dos quatro óbitos, e que 31 pacientes ainda estão no hospital e os outros 147 foram liberados.
A síndrome de Guillain Barré é uma reação autoimune do corpo a uma infecção – ocorre quando as defesas do organismo são mais intensas do que o necessário e passam a atacar os nervos periféricos.
Isso acarreta uma inflamação dos nervos, o que por sua vez leva a fraqueza muscular, formigamento, dormência e, em casos mais graves, pode gerar sinais de paralisia.
Infecções podem desencadear doença
Embora a causa exata ainda seja desconhecida, a síndrome está muitas vezes associada a infecções virais anteriores.
Os nervos são danificados por uma reação autoimune exagerada, de forma que não conseguem mais transferir estímulos.
Geralmente, a síndrome é precedida por uma doença do trato respiratório superior ou do trato gastrointestinal, como por exemplo uma infecção pela bactéria Campylobacter jejuni, que causa diarreia. Também o vírus da dengue e da zika podem desencadear a doença.
Entre as outras infecções também encontradas na literatura científica como possíveis gatilhos do mal estão chikungunya, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, sarampo, vírus de influenza A, Mycoplasma pneumoniae, enterovirus D68, hepatite A, B, C e HIV.
Surtos são raros
Geralmente ela aparece em casos isolados, surtos são raros. No Peru, porém, uma onda maior foi registrada em 2019. No período de 20 de maio a 27 de julho, foram registrados 683 casos suspeitos ou confirmados da doença, segundo relatado em 2020 em uma análise publicada na revista especializada Emerging Infectious Diseases.
Na Polinésia Francesa, um surto de casos da enfermidade apareceu em 2013 e 2014 após uma onda de infecções pelo vírus da zika.
"Atualmente temos a doença sob controle", disse o ministro da Saúde do Peru, César Vásquez, acrescentando ter sido necessário agir pois houve aumento significativo de casos nas últimas semanas, que segue sem explicação até o momento.
No surto de 2019, a bactéria Campylobacter jejuni foi considerada a causa mais provável.
md/bl (DPA, ots)