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Antonov nega retaliação de US$ 50 bilhões e desmente reação a fala de Lula

Aeronave da Antonov - NurPhoto/NurPhoto via Getty Images
Aeronave da Antonov Imagem: NurPhoto/NurPhoto via Getty Images
do UOL

Eduarda Esteves

Do UOL, em São Paulo

26/04/2023 18h40Atualizada em 27/04/2023 16h50

A estatal ucraniana Antonov negou ter suspendido investimentos no país, desmentiu a informação que houve retaliação às recentes declarações do presidente Lula (PT) sobre a guerra entre Ucrânia e Rússia e informou não ter representantes no Brasil para se manifestar em nome da empresa.

O que aconteceu:

A empresa de aviação alegou que notícias que anunciaram o fim da suspensão de investimentos da ordem de US$ 50 bilhões no Brasil são falsas. O posicionamento foi divulgado nas redes sociais da companhia, após reportagem publicada nesta quarta-feira (26) pela CNN, com informações do Governo de São Paulo, que informava sobre o resultado de uma reunião com representantes da empresa no Brasil.

A estatal ucraniana alegou que a exposição de seu posicionamento seria para "evitar manipulações". A CNN alegou falha de procedimento, por publicar a informação da paralisação das negociações sobre a produção de aviões da companhia no Brasil, sem acionar antes a Secretaria de Comunicação da Presidência. Procuradas pelo UOL, a emissora ainda não se pronunciou.

Investimentos ainda estão na mesa. A companhia explicou que realiza constantes consultas para negócios com parceiros estrangeiros, incluindo o Brasil. A empresa disse, em nota, que "enfatiza seu interesse no desenvolvimento da cooperação com a República Federativa do Brasil no campo de tecnologias de aviação e apreciará as iniciativas oficiais da parte brasileira no que diz respeito ao estabelecimento de cooperação mutuamente benéfica".

Instalação de indústria, no entanto, ainda não está no radar do governo federal. Em nota ao UOL, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços disse ainda não ter conhecimento de tratativas da Antonov para abrir unidades fabris em território brasileiro e que não houve pedido de reunião com o grupo ucraniano até o momento.

A estatal informou ainda que "não possui um representante autorizado no Brasil para falar ou representar os interesses da empresa", diz trecho da nota.

O Governo de São Paulo ainda não se pronunciou sobre o caso. À administração paulista foi atribuída a origem da informação, por meio de email oficial, de que representantes do estado e da Antonov se reuniram em 11 de abril para discutir os investimentos, quando teria sido dito que haveria a suspensão após as declarações de Lula sobre a Ucrânia, que incluiu a afirmação de que o país também seria "culpado" por estar em guerra - após invasão russa.

Para evitar manipulações e o agravamento da parceria internacional, bem como levando em consideração a atual situação internacional causada pela invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia, a Antonov solicita gentilmente aos meios de comunicação de massa que verifiquem cuidadosamente as informações relacionadas às atividades, recebidas de outras fontes.
Outro trecho de nota postada pela Antonov

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