Assessor de ministro de Bolsonaro pagou excesso de bagagem em voo das joias

A viagem à Arábia Saudita em 2021 feita pela comitiva do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, rendeu excesso de bagagem.

O que aconteceu?

Marcos André Soeiro, ex-assessor de Bento Albuquerque, foi flagrado em uma fiscalização da Receita Federal no aeroporto de Guarulhos tentando entrar ilegalmente no país com um conjunto de joias avaliado em mais de R$ 16 milhões.

O caso aconteceu em outubro de 2021, mas veio à tona em março em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.

Ao prestar contas da viagem, Soeiro declarou ao ministério que realizou "uma despesa extraordinária" no valor de US$ 794 (cerca de R$ 4.000) para despachar três malas extras, mostra documento obtido pela agência Sportlight e compartilhada pela Fiquem Sabendo.

À Polícia Federal, Soeiro disse que o seu carrinho de bagagens tinha "tantas malas e caixas que ficava acima da sua cabeça, o que nunca tinha acontecido", segundo reportagem do jornal O Globo.

Na mesma viagem, o grupo tentou entrar ilegalmente no Brasil com um conjunto milionário de joias supostamente enviado pelo governo saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Eu, Marcos André dos Santos Soeiro, Chefe do Escritório de Representação do MME no Rio de Janeiro, declaro para fins de comprovação junto ao Ministério de Minas e Energia e demais Órgãos competentes que, em razão da Viagem Oficial à Arábia Saudita, cuja autorização foi publicada no DOU de 18/10/2021, realizei uma despesa extraordinária de US$ 794 junto à cia aérea Qatar Airways, no dia 26/10/2021, decorrente da necessidade de despachar três malas extras, contendo itens ofertados pelo Reino Saudita ao Estado Brasileiro, cujos comprovantes encontram-se em anexo.
Declaração de Marcos André Soeiro ao Ministério de Minas e Energia ao informar relatório de viagem à Arábia Saudita em 2021