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Valdemar barrado, piada de Moro: os bastidores das eleições no Congresso

01.fev.2023 - Plenário do Senado Federal - Pedro França/Agência Senado
01.fev.2023 - Plenário do Senado Federal Imagem: Pedro França/Agência Senado
do UOL

Do UOL, em São Paulo, Brasília e no Rio

01/02/2023 17h01Atualizada em 02/02/2023 13h03

Além da disputa acirrada entre Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Rogério Marinho (PL-RN) pela presidência do Senado e a expectativa pela confirmação da reeleição de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, as eleições no Congresso Nacional foram marcadas por episódios inusitados — como piadas sobre musculação — e oposição fazendo protesto silencioso.

Pacheco foi reeleito presidente do Senado com 49 votos —Marinho recebeu 32. Já Lira venceu alcançou a maior votação da história com 464 votos.

Barrado e salvo. Presidente do PL, Valdemar Costa Neto foi barrado por seguranças quando chegava para acompanhar a eleição no Senado. Um senador aliado teve de intervir, chamou a atenção do segurança e levou Valdemar ao plenário.

No pain, no gain. O senador Sergio Moro (União-PR) perguntou em tom de piada para Styvenson Valentim (Podemos-RN) — que tem porte atlético — sobre equipamentos de musculação. "Cadê os equipamentos de ginástica?", perguntou o ex-juiz brincando. Styvenson riu e fez um comentário inaudível.

Depois, Styvenson voltou conversou com a reportagem do UOL. Ele foi questionado em quem votaria para a presidência da Casa, não abriu voto. Disse apenas que a vitória seria apertada tanto para um lado como para o outro: "Os dois são muito bons", afirmou em relação a Marinho e Pacheco.

"Moro de saias". Omar Aziz (PSD-AM) quebrou a conversa de Efraim Filho (União-PB) Moro e disse: "Explica para o Moro que a última juíza aqui era a Moro de saias. Ela não terminou o mandato". Moro riu e fez um comentário inaudível.

A "Moro de saias" era a senadora Selma Arruda (PSL-MT), cassada pelo TRE-MT por caixa dois. Ela foi acusada de ter gasto de R$ 1,2 milhão em valores não declarados à Justiça Eleitoral para se eleger ao Senado.

Damares e Mourão isolados. Durante a votação e os discursos no Senado, dois expoentes bolsonaristas ficaram isolados. Damares (Republicanos-DF) mal saiu da cadeira, ficando a maior parte do tempo no celular.

Hamilton Mourão (Republicanos-RS) às vezes é cumprimentado por um colega, mas a maior parte do tempo não fala com ninguém.

Senadora Damares Alves (Republicanos-DF) - Vinicius Nunes/UOL - Vinicius Nunes/UOL
Senadora Damares Alves (Republicanos-DF)
Imagem: Vinicius Nunes/UOL

Cumprimento de rivais. Em pontos opostos da eleição no Senado e do campo ideológico, os senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Flávio Dino (PSB-MA) se cumprimentaram momentos antes do início da votação.

Dino também bateu um papo animado com Moro no plenário.

Mourão e Dino - Pedro França/Agência Senado - Pedro França/Agência Senado
Imagem: Pedro França/Agência Senado

Copos quebrados. Funcionários afirmam que Camilo Santana (PT-CE) quebrou dois copos durante a sessão de posse no Senado. "O ministro Dino disse que deve ter algum espírito do mal aí", brincou uma funcionária ao auxiliar um colega que recolhia o segundo copo.

Santana afirmou ao UOL que quebrou somente um, o outro ficou por conta de Alcolumbre. "É sorte", afirmou o senador do Ceará.

"Fora". Na Câmara dos Deputados, parte dos deputados bolsonaristas pregou um cartaz nas costas escrito "Fora Ladrão", com o desenho de uma mão com 4 dedos. Havia também adesivos de "Fora Lula".

01.fev.2023 - Davi Alcolumbre - Vinicius Nunes/UOL - Vinicius Nunes/UOL
01.fev.2023 - Davi Alcolumbre
Imagem: Vinicius Nunes/UOL

Articulação a todo vapor. Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Davi Alcolumbre (União-AP) conversavam, anotavam e faziam ligações durante o discurso de Eduardo Girão (Podemos-CE).

Eles são vistos como importantes cabos eleitorais de Pacheco, mas não se privaram de fazer as articulações ao lado de Marinho, que ficou sentado próximo à dupla até a chegada da deputada bolsonarista Bia Kicis (PL-DF).

Aplausos. Senador Marcos do Val (Podemos-ES) aplaudiu o discurso do Pacheco, mas declarou voto em Marinho no Twitter. O candidato do PSD, aliás, foi o mais ovacionado pelos colegas entre os três discursos.

Michelle com cara de "poucos amigos". A ex-primeira-dama andou pelos corredores do Senado cercada por assessores e seguranças, e sem responder a perguntas da imprensa. Durante os discursos, ela não foi vista.

Questionada se o ex-presidente Jair Bolsonaro está com medo de ser preso, ela respondeu que "não é ele que tem que ter medo de prisão".

Um olho no celular e outro na fila. Enquanto esperavam a votação para presidência da Câmara, deputados acompanhavam a votação do Senado pelo celular.

O deputado Jilmar Tatto (PT) passava informação a correligionários petistas, entre eles, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PT-PR). Em outra fila, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, não desgrudou os olhos do celular.

Participaram dessa cobertura:

Em Brasília: Camila Turtelli, Carla Araújo, Eduardo Militão, Juliana dal Piva, Leonardo Martins e Vinicius Nunes
No Rio: Lola Ferreira
Em São Paulo: Ana Paula Bimbati

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, Marcos do Val é senador pelo Espírito Santo, e não pelo Ceará. Já Hamilton Mourão é senador pelo Rio Grande do Sul, e não pelo Distrito Federal.

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