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Ex-presidente salvadorenho Sánchez Cerén é acusado de desviar US$ 183 milhões

25/08/2022 00h54

San Salvador, 24 ago (EFE).- A Procuradoria-Geral de El Salvador acusou o ex-presidente Salvador Sánchez Cerén, que governou de 2014 a 2019, pelo suposto desvio de mais de US$ 183,6 milhões de recursos públicos.

Um representante da procuradoria confirmou, em gravação divulgada pela instituição em redes sociais, que Sánchez Cerén está entre os 18 acusados dos crimes de desvio de recursos e lavagem de capital.

De acordo com a fonte, o Quinto Tribunal de Paz realizará a audiência inicial do processo penal contra as 18 pessoas implicadas, embora não tenha informado se o processo foi instaurado ou adiado.

Entre os acusados estão Manuel Melgar e Manuel Ayala, ex-secretário privado da Presidência e ex-diretor executivo da Presidência, respectivamente.

O procurador acrescentou que os recursos "foram desviados através da emissão de cheques" do dinheiro público para seis contas bancárias "não autorizadas" pelo Ministério da Fazenda e que estavam em nome de funcionários da Presidência.

Para este suposto desvio de recursos foi utilizada a conta orçamentária para gastos reservados, na qual são geridos recursos de uso discricionário, supostamente para os serviços de inteligência do Estado.

Este mesmo procedimento, segundo a Procuradoria-Geral, foi utilizado pelos ex-presidentes Elías Antonio Saca (2004-2009) e Mauricio Funes (2009-2014) para desviar recursos durante as suas gestões.

Funes, que está asilado na Nicarágua desde setembro de 2016 e recebeu a cidadania nicaraguense em 2019, está sendo processado juntamente com mais de 30 pessoas, incluindo parentes, pelo suposto desvio e lavagem de mais de US$ 351 milhões.

Saca, o primeiro ex-presidente da democracia salvadorenha a ser condenado por corrupção, cumpre uma pena de dez anos de prisão que recebeu em setembro de 2018, por desvio e lavagem de mais de US$ 300 milhões do orçamento do Estado.

Sánchez Cerén, que está na Nicarágua, já estava sendo julgado por supostamente receber US$ 530 mil em salários irregulares quando era vice-presidente (2009-2014) e o país era governado por Funes.

O ex-presidente é o quarto mandatário da era democrática salvadorenha a ser alvo de um mandado de captura emitido por suposta corrupção. EFE

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