Ex-presidente salvadorenho Sánchez Cerén é acusado de desviar US$ 183 milhões
Um representante da procuradoria confirmou, em gravação divulgada pela instituição em redes sociais, que Sánchez Cerén está entre os 18 acusados dos crimes de desvio de recursos e lavagem de capital.
De acordo com a fonte, o Quinto Tribunal de Paz realizará a audiência inicial do processo penal contra as 18 pessoas implicadas, embora não tenha informado se o processo foi instaurado ou adiado.
Entre os acusados estão Manuel Melgar e Manuel Ayala, ex-secretário privado da Presidência e ex-diretor executivo da Presidência, respectivamente.
O procurador acrescentou que os recursos "foram desviados através da emissão de cheques" do dinheiro público para seis contas bancárias "não autorizadas" pelo Ministério da Fazenda e que estavam em nome de funcionários da Presidência.
Para este suposto desvio de recursos foi utilizada a conta orçamentária para gastos reservados, na qual são geridos recursos de uso discricionário, supostamente para os serviços de inteligência do Estado.
Este mesmo procedimento, segundo a Procuradoria-Geral, foi utilizado pelos ex-presidentes Elías Antonio Saca (2004-2009) e Mauricio Funes (2009-2014) para desviar recursos durante as suas gestões.
Funes, que está asilado na Nicarágua desde setembro de 2016 e recebeu a cidadania nicaraguense em 2019, está sendo processado juntamente com mais de 30 pessoas, incluindo parentes, pelo suposto desvio e lavagem de mais de US$ 351 milhões.
Saca, o primeiro ex-presidente da democracia salvadorenha a ser condenado por corrupção, cumpre uma pena de dez anos de prisão que recebeu em setembro de 2018, por desvio e lavagem de mais de US$ 300 milhões do orçamento do Estado.
Sánchez Cerén, que está na Nicarágua, já estava sendo julgado por supostamente receber US$ 530 mil em salários irregulares quando era vice-presidente (2009-2014) e o país era governado por Funes.
O ex-presidente é o quarto mandatário da era democrática salvadorenha a ser alvo de um mandado de captura emitido por suposta corrupção. EFE