King Kombi: conheça a perua com motor de Opala que deixou Piquet para trás
Querida por colecionadores, a Volkswagen Kombi pode valer uma fortuna dependendo da versão, do ano de fabricação e da originalidade. Além disso, a velha perua, fora de linha desde o fim de 2013, é um prato cheio para customizações visuais e também de performance.
Neste mês, um exemplar de 1996 "mexido" com motor de Chevrolet Opala conseguiu a proeza de quebrar o recorde de Nelson Piquet em quase um segundo.
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O feito aconteceu no último dia 9, no Kartódromo de Barra Bonita, no interior de São Paulo, durante o King-Kombi - evento dedicado ao modelo da Volks que integra o Pé na Tábua, que traz exposições, gincanas e até corridas de carros clássicos desde 2011.
Segundo Tiago Songa, organizador do Pé na Tábua, a Kombi recordista cravou o tempo de 50s27 na volta rápida, contra 51s22 anotados por Piquet no mesmo circuito em 2016, na primeira edição do King-Kombi.
Na ocasião, o tricampeão da Fórmula 1 acelerou uma Kombi 2014 preparada com motor Audi biturbo e aproximadamente 470 cv de potência máxima.
Quem deixou Piquet para trás foi o empresário Dimas de Melo Pimenta III, que até o ano passado disputava regularmente a Old Stock, categoria que reúne Opalas clássicos. Ele é neto do fundador da empresa de controle de ponto Dimep, cuja marca estampa a carroceria do projeto e é uma tradicional patrocinadora do automobilismo brasileiro.
Como é a Kombi recordista
Por falar em Old Stock, o motor da Kombi de Dimas III, que também é pilotada pelo irmão Rodrigo Dimas de Melo Pimenta, vem de lá: trata-se de um exemplar 4.1 de seis cilindros em linha preparado, que rende cerca de 300 cv de roda.
Segundo Alan de Jesus, mecânico da família Pimenta, o motor estava "parado", pois Dimas III e seu pai, Dimas II, deram uma pausa na disputa da categoria em 2022.
"O motor é o original utilizado na Old Stock, sem modificações adicionais. O câmbio também é da categoria, um Eaton manual de cinco marchas", explica Alan.
Segundo ele, o projeto foi concluído em outubro do ano passado, cerca de 45 dias após seu início e a tempo de participar do King-Kombi 2021 - realizado excepcionalmente na Fazenda Dimep, que tem um circuito e fica em Itatinga (SP).
Alan de Jesus explica que foi necessário remover os bancos traseiros para instalar o motor de Opala na posição central - foi necessário cortar o assoalho e construir um berço exclusivo para acomodar o propulsor.
Já a transmissão foi instalada na traseira, onde originalmente fica o motor da Kombi - o que exigiu colocar um varão para conectá-la à alavanca de câmbio, na dianteira.
Ele acrescenta que a suspensão e os freios traseiros são de Chevrolet Omega, enquanto a dianteira manteve freios, suspensão e caixa de direção iguais aos que saíram da fábrica.
'Cão chupando manga'
Por sua vez, os pneus são do tipo slick, com rodas de fórmula que exigiram colocar alargadores nas caixas de roda. Um aerofólio na traseira completa as modificações, que futuramente serão ampliadas.
"Os planos são de mexer muito mais na Kombi, incluindo suspensão independente nos dois eixos, banco central, direção assistida, câmbio sequencial e outro motor, turbinado e com pelo menos 450 cv", revela o mecânico.
Alan destaca que o carro mantém o volante original e a folga na caixa de direção típica da Kombi - bastante inadequados para um veículo de competição.
A julgar pelo recorde e pelo depoimento de Tiago Songa, que deu uma volta no banco do passageiro, a perua já impressiona do jeito como está.
"É o cão chupando manga! Ficou uma loucura andar naquilo, tornou-se um monstro", elogia.
Agora é esperar para ver se a "monstra" volta ainda mais forte ao King-Kombi em 2023. Hoje ela poderia pegar emprestado o nome do evento como "rei" ou "rainha" das Kombis.
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