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Enem 2021: Sobe para 35 número de pedidos de demissão no Inep

Pillar Pedreira/Agência Senado
Imagem: Pillar Pedreira/Agência Senado
do UOL

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

09/11/2021 13h00

Ao todo, 35 servidores do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) pediram exoneração de seus cargos ontem. Pela manhã, houve um pedido de demissão coletiva envolvendo 13 coordenadores de áreas ligadas ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). À tarde, o número passou para 33. À noite, foram mais duas adesões.

Por volta das 22h, os servidores João Galvão Bacchetto e José Roberto de Souza Santos, ligados à Coordenação-Geral do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), se somaram a lista. A avaliação começou a ser aplicada ontem e pode sofrer impactos negativos, segundo especialistas e servidores ouvidos pelo UOL.

Os pedidos de demissão acontecem de forma coletiva e como uma medida para pressionar a saída do atual presidente do órgão, Danilo Dupas. O Inep é ligado ao MEC (Ministério da Educação) e é responsável pelo Enem e por outros estudos e avaliações da educação, como o Saeb.

Em carta enviada aos diretores, o grupo que pediu exoneração dos cargos citou a "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep". Em nota divulgada à imprensa ontem à noite, o MEC afirmou que o cronograma do Enem está mantido e que não será afetado.

A pasta, no entanto, não explicou como irá lidar com a crise institucional.

Fontes ligadas ao Inep ouvidas pela reportagem, na condição de anonimato, disseram que os pedidos acontecem por discordância das decisões de Dupas, que não são consideradas de caráter técnico, e por supostos casos de assédio moral.

Na semana passada, outros dois coordenadores ligados ao Enem pediram exoneração de seus cargos.

Ao todo, o instituto tem 383 servidores. O grupo que entregou os cargos deixa suas funções, mas não suas carreiras de servidores no Inep.

O instituto já teve quatro presidentes diferentes desde o início do governo Bolsonaro, em 2019. Todos que passaram pelo Inep durante essa gestão não tinham experiência na área.

Relação próxima com ministro

Fontes ouvidas pelo UOL afirmaram que é a relação pessoal com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, que ainda segura Dupas no cargo mesmo após a debandada dos servidores.

Dupas assumiu o Inep no início de março, após indicação de Ribeiro no fim de fevereiro. Antes dele, Alexandre Lopes ocupava o cargo, desde maio de 2019. À época, a saída de Lopes causou surpresa entre servidores.

Antes de assumir a chefia do órgão, Dupas foi secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior no MEC. Anteriormente, ele teria trabalhado no Mackenzie, onde conheceu o ministro.

Ribeiro foi vice-reitor e mantém contatos até hoje na universidade.

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