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Inundações mortais questionam sistema de alerta na Alemanha

19/07/2021 16h28

Bad Neuenahr-Ahrweiler, Alemanha, 19 Jul 2021 (AFP) - O governo de Angela Merkel prometeu nesta segunda-feira (19) melhorar o sistema nacional de alerta para catástrofes, muito criticado durante as inundações, que deixaram 165 mortos na Alemanha, por não terem alertado de maneira suficientemente rápida a população em perigo.

De forma geral, os sistemas de alerta, como o aplicativo de smartphone "Nina", "funcionaram", afirmou a porta-voz do governo Martina Fietz. "Mas a experiência que tivemos durante esta catástrofe mostra que temos que fazer mais e mais rápido", admitiu.

O candidato conservador às eleições de setembro, Armin Laschet, prometeu que nos próximos dias as comunas, as regiões e o Estado discutirão como desenvolver uma "prevenção melhor".

"Devemos aprender por nós mesmos porque seremos confrontados cada vez com mais frequência com esses tipos de eventos climáticos", declarou o candidato à sucessão de Angela Merkel como chanceler após 16 anos de governo.

- "A volta das antigas sirenes" -Entre os principais acusados está o Serviço de Proteção Civil, questionado por não ter avisado de maneira rápida o suficiente a população residente em zonas inundáveis, ante a gravidade das cheias.

Seu presidente, Armin Schuster, defendeu nesta segunda-feira na rádio pública "a volta das antigas sirenes", para não deixar tudo nas mãos das ferramentas digitais. As cheias provocaram cortes de energia elétrica e a queda de antenas de telecomunicação, o que impediu que muitas pessoas recebessem os alertas.

Este sistema de sirenes, instalado durante a Guerra Fria para avisar, por exemplo, de um ataque nuclear, revelou-se ineficaz durante um teste realizado em setembro de 2020: muitos não ligaram devido a problemas técnicos e outros foram retirados pelas comunas há muito tempo.

Mas, como Schuster lembrou, o governo lançou um programa de EUR 90 milhões (mais de US $ 100 milhões) na primavera para reconstruir essa rede.

- "Discurso eleitoral" -Também está em debate a divisão das atribuições de proteção civil dentro deste país federal, onde se espera que as regiões atuem na linha de frente.

A candidata dos Verdes nas eleições de setembro, Analena Baerbock, exigiu um reforço "geral" da prevenção de riscos, com o estado federal "desempenhando um papel de coordenação muito mais importante".

O ministro do Interior, Horst Seehofer, opôs-se a esta ideia, argumentando que "seria totalmente inconcebível uma tal catástrofe ser gerida a partir de um único local", qualificando este debate sobre a centralização de poderes como "discurso eleitoral".

Ao mesmo tempo, o total de mortos continua aumentando. Pelo menos 165 pessoas morreram, de acordo com um balanço atualizado divulgado nesta segunda-feira, que também cita vários desaparecidos.

Na região de Renânia-Palatinado, o número de mortos subiu para 117, contra 112 registrados anteriormente, e há 749 feridos, informou à AFP Verena Scheuer, porta-voz da polícia de Koblenz. Cerca de 170 pessoas estão desaparecidas.

"Ainda não entramos em todas as casas. Presumimos então que encontraremos mais mortos", alertou o ministro regional do Interior, Roger Lewentz.

Na Renânia do Norte-Vestfália, o balanço divulgado no domingo (18) informou "pelo menos" 47 mortes. Na região da Baviera, sul do país, onde houve grandes inundações no fim de semana, uma morte foi registrada.

A partir de quarta-feira (21), o governo entregará ajudas de emergência de pelo menos 300 milhões de euros (quase US$ 350 milhões), antes de elaborar um vasto programa de reconstrução de bilhões de euros.

As fortes inundações da noite de 14 para 15 de julho também afetaram Luxemburgo, Holanda e Bélgica. Neste país, elas deixaram 31 mortos e 70 permanecem "desaparecidos".

O balanço total na Europa é de 196 vítimas. Especialistas e legisladores vincularam o desastre ao aquecimento global.

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